Notícia Volvo ofende a Audi, mente para o mercado e despreza o etanol

A Volvo quebrou, nesta semana, duas regras básicas de convivência harmoniosa com o setor e com o mercado durante uma entrevista coletiva para anunciar seus investimentos em eletrificação no Brasil.

Em primeiro lugar, citou nominalmente a Audi, que tinha anunciado na véspera dois investimentos no país. O primeiro, de R$ 20 milhões, numa rede de eletropostos de carga rápida. O segundo – e mais importante – (PR) em 2022.

A Volvo, no dia seguinte, também anunciou duas novidades:

  1. Investe (R$ 10 milhões, a metade da Audi) numa rede de eletropostos;
  2. Preocupada em estar ecologicamente correta, deixa de importar o XC40, seu híbrido líder de vendas (quase 4.000 unidades no nosso mercado este ano), para comercializar exclusivamente sua versão elétrica a partir de 2022.

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O diretor da filial brasileira da marca sueca tripudiou sobre a Audi, que – segundo ele – estaria “anunciando o passado” (voltar a produzir carros a gasolina), enquanto a Volvo “anuncia o futuro” (importar o elétrico).

Não era necessária tamanha falta de ética nem tanta deselegância. Primeiro, pois enquanto a marca alemã anuncia a retomada da produção no Brasil, com a geração de empregos diretos e indiretos e contribuindo para o desenvolvimento do país, a .

Pior ainda: a Volvo não está abrindo mão de seu principal faturamento no Brasil para estar ecologicamente correta e contribuir com a limpeza atmosférica. Ela simplesmente não poderá mais vender o XC40 híbrido, seu líder de vendas no país, pois ele não se enquadra na nova legislação (Proconve L7), em vigor a partir de janeiro de 2022.

Esta nova fase do programa de controle ambiental (L7) está mais alinhada às exigências da legislação dos EUA, que contempla também as emissões evaporativas, além das emitidas pelo escapamento.

Então, o XC40 é vendido em todas suas versões na Europa, mas apenas com motor a gasolina ou elétrica nos EUA, pois a híbrida não é homologada para o mercado norte-americano. Nem seria para o nosso.

Volvo anuncia uma mentira​


A matriz da marca na Suécia poderia adequar o XC40 híbrido ao Proconve L7, pois o maior problema das novas exigências não são as emissões do escapamento, mas as evaporativas do tanque de combustível. Entretanto, os suecos consideram não ser razoável este investimento, pois o volume de vendas no Brasil não o justifica.

Aí está, portanto, o verdadeiro motivo de interromper as vendas da versão híbrida do XC40 no mercado brasileiro. E não, como mentiu o diretor, para estar alinhado com a política ambiental da marca.

E ainda desprezou o potencial do etanol: durante a mesma entrevista, um jornalista perguntou o motivo de a Volvo não implantar, assim como a Audi ou BMW, uma fábrica no Brasil.

Ele respondeu que não valeria a pena investir para atender ao mercado regional, mas somente se fosse viável também exportar os produtos aqui fabricados.

O jornalista retrucou, afirmando que Volkswagen e Nissan investem numa nova tecnologia que poderia movimentar carros elétricos mundialmente a partir do etanol. Retirando dele o hidrogênio para uma célula a combustível.

O diretor da Volvo respondeu que, mesmo com os investimentos das outras marcas, o etanol ainda não passa de uma solução regional e que, enquanto não for exportado e adotado por outros países, que a empresa sueca não acredita nele como solução de mobilidade em outros países.

E nada mais foi dito, e muito menos comentado…

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