Notícia Você já deve ter ouvido esses 10 mitos sobre carro: todos são furados!

Às vezes a intenção é até boa: determinado a manter o veículo em ordem, o proprietário procura algumas dicas na internet, na oficina mecânica ou junto a algum amigo. Porém, pode se deparar com mitos totalmente irreais sobre o próprio carro e acabar acreditando neles.

VEJA TAMBÉM:

10 mitos sobre carros​


Para evitar a armadilha da desinformação, o AutoPapo fez um listão com 10 mitos sobre carro. Assim, ao notar algum deles, você já saberá que se trata de uma informação furada. Confira!

1. Novos motores turbo são “bombas”​

motor turbo do jeep compass s 2022

Um motor turbo de fábrica tem durabilidade semelhante ao de um similar de aspiração natural (foto: Stellantis | Divulgação)

O turbo é uma tecnologia mais antiga do que muita gente pensa. No exterior, é utilizado em larga escala pela indústria automobilística desde nos anos de 1980. No Brasil, esse mecanismo chegou na década seguinte e, em 1994 já equipava dois modelos nacionais: o Uno e o Tempra, ambos da Fiat. Porém, .

O caso é que não há o que temer: esses motores são projetados para trabalhar com a pressão extra proveniente da sobrealimentação. Aliás, diversos componentes mecânicos recebem reforços, inclusive os da transmissão. E a vida útil do turbocompressor é equivalente à do próprio propulsor. Tampouco há despesas adicionais com manutenção preventiva.

É verdade que, se o turbocompressor apresentar algum problema, o proprietário terá despesas extras. Porém, esses componentes são bastante duráveis e costumam funcionar perfeitamente por centenas de milhares de quilômetros. Isso, quando o equipamento vem de fábrica. Veículos que recebem tal item em procedimentos de preparação costumam, sim, ter vida útil menor.

2. Motor de três cilindros custa menos para o fabricante​

ponta da linha de producao dos motores turbo da fca foto leo lara

Matéria-prima é responsável por parcela mínima dos custos de produção dos motores (foto: Stellantis | Divulgação)

Nos últimos anos, vários fabricantes têm substituído motores de quatro cilindros por similares de apenas três, principalmente em modelos de baixa cilindrada. Tal fenômeno deu origem a vários mitos, inclusive o de que o carro teria menor custo de produção. Isso não é verdade!

, mas, para resumir, a questão é a seguinte: a matéria-prima (no caso, metal) é a menor responsável pelos custos industriais de um motor. Unidades antigas, fabricadas há uma década ou mais, já deram o retorno financeiro referente ao desenvolvimento. Já um propulsor novo requer investimentos milionários em projeto, testes e ferramental para produção.

Mas então, já que os motores de quatro cilindros são mais baratos, por que a indústria não os mantêm em produção? Simplesmente porque o setor precisa de propulsores energeticamente mais eficientes para atender à fase L7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que entra em vigor em 2022. E, daqui a 8 anos, será a vez das novas metas impostas pelo Programa Rota 2030.

3. Peças paralelas não prestam

homem de macacão azul faz busca em deposito de autopecas

Mercado paralelo é enorme: existem tanto peças boas quanto ruins (foto: Shutterstock)

O mercado de peças paralelas é gigantesco: tanto existem fornecedores com tradição e certificações internacionais quanto há empresas do tipo “fundo de quintal”. Por isso, mitos sobre a falta de qualidade de componentes não-originais para o carro até fazem algum sentido, mas se aplicam apenas a parte dos casos; não devem ser entendidos no sentido geral.

Vários dos fabricantes que atuam no mercado paralelo são, inclusive, fornecedores de montadoras. Por isso, o ideal é que o comprador pesquise bastante e opte por empresas sérias, que tenham aprovação do Inmetro e ofereçam garantia. É verdade que as originais têm qualidade assegurada, mas elas nem sempre são encontradas, em especial para veículos fora de linha.

4. Misturar diesel na gasolina?

homem segura gatilho de bomba de diesel enquanto destampa bocal do tanque de combustivel de carro

Mistura de diesel à gasolina é um dos mitos mais perigosos para o carro

Existem muitos mitos sobre misturar produtos inapropriados aos combustíveis, no suposto intuito de beneficiar o motor do carro. Um deles ganhou força após a publicação de um vídeo no tiktok: a adição de 10 ml de diesel S10 a cada litro de gasolina. Essa prática supostamente traria benefícios, como limpeza dos bicos injetores e maior economia.

: a queima do combustível gerará mais resíduos e aumento de consumo: pode provocar ainda pré-detonação e danos a vários componentes. Isso porque o diesel tem hidrocabonetos de cadeia mais longa, responsável pela geração de material particulado. Ademais, ao contrário da gasolina, esse combustível não tem octanas, e sim cetanas.

Boris Feldman explicar essa questão em detalhes em vídeo: assista!

5. Gasolina brasileira é péssima​


Outra das dicas que até tem um fundo de verdade, mas não se sustenta na prática, diz respeito à qualidade da gasolina brasileira. No passado, o combustível era, sim, de baixa qualidade, com octanagem de apenas 87 RON. Mas .

tecnico com luvas de borracha analisa gasolina dentro de erlenmeyer em laboratorio foto shutterstock

Gasolina brasileira, inclusive a do tipo comum, tem alta octanagem, baixo teor de enxofre e boa densidade (foto: Shutterstock)

Atualmente, a gasolina brasileira tem alta octanagem (93 RON, no caso da comum e da aditivada, e 98 RON, no caso da Premium), baixo teor de enxofre (50 partes por milhão) e boa densidade (700 g por dm³). A reclamar, apenas do teor de etanol: o índice de 27,5% supera o adotado em outros países, mas cabe destacar que a mistura com o combustível vegetal, em menor quantidade, é comum também no exterior.

Mas e quando a gasolina é adulterada? Nesses casos, obviamente, o combustível perde qualidade e torna-se nocivo ao motor. Porém, aí já não é questão de refino: trata-se de crime dos donos de postos, passível das devidas punições previstas por lei.

6. Combustível aditivado melhora desempenho​

colocando aditivo no tanque shutterstock 1547414060

Aditivos com propriedades detergentes e dispersantes proporcionam queima mais limpa, mas nenhum deles aumenta a potência (foto: Shutterstock)

Abastecer com gasolina traz vantagens: esse combustível tem detergentes e dispersantes, que provocam uma queima mais limpa, evitando a formação de depósitos carboníferos nas cabeças dos pistões do motor. Porém, não espere por aumento de desempenho!

Existem alguns aditivos, denominados de Boosters, que prometem justamente maior performance. Na prática, eles não surtem qualquer efeito na gasolina brasileira, que já tem alta octanagem e grande percentual de etanol. .

E, por falar em etanol, algumas distribuidoras também o oferecem com aditivação. Esse caso é bastante polêmico, pois o combustível vegetal já tem baixo teor de carbono e, por isso, praticamente não deixa resíduos durante a queima. Portanto, a ação detergente e dispersante não fará muita diferença. E, claro, tampouco resultará em aumento de desempenho.

7. Economizador reduz consumo de combustível​

pinox foto economizador pinoquio motor combustivel candle

Alguns economizadores prometem melhor queima de combustível devido a propriedades magnéticas, mas são apenas pinos metálicos (foto: Alexandre Carneiro | AutoPapo)

Já que o assunto é combustível, eis mais um dos mitos envolvendo o consumo do carro: a instalação de economizadores. Existem diversos modelos, que agem, supostamente, baseados em diferentes princípios. Entretanto, .

Por mais que os vendedores desses produtos recorram a uma miríade de teorias da conspiração, o caso é que, se fossem realmente efetivos, tais itens já viriam de fábrica nos automóveis. E, para piorar, em tempos de gasolina e etanol caros, esses mitos ganham ainda mais força. .

8. Bicos injetores demandam limpeza periódica​

bico injetor

Bicos podem precisar de limpeza em alguns casos: problema é oferecer esse serviço a título de “prevenção” (foto: Shutterstock)

Que fique claro: . Isso ocorre quando os bicos injetores ficam muito carbonizados, a ponto de não funcionarem perfeitamente.

Contudo, em tais circunstâncias, o motor geralmente apresenta falhas ou engasgos: no mínimo, a luz de alerta da injeção eletrônica permanecerá acesa no painel. Ademais, tais problemas só costumam ocorrer em carros com quilometragens mais altas, após várias dezenas de milhares de quilômetros.

O que não existe é limpeza preventiva dos bicos injetores: é que oficinas desonestas oferecem o serviço para veículos sem qualquer problema de funcionamento, a título de precaução. Típico caso de “empurroterapia”, cujo objetivo é apenas dar lucro fácil ao mecânico.

9. Suspensão rebaixada aumenta a estabilidade​

Lei de trânsito que permitiria mudanças nos componentes estruturais do veículo é vetada.

Adaptações na suspensão quase sempre trazem prejuízo à dirigibilidade do veículo (foto: Shuttestock)

Entre todas os mitos sobre o carro, este aqui até que tem um fundo de verdade. Afinal, na teoria, se estiver mais baixo, o veículo terá menor centro de gravidade. Porém, não é isso que acontece na prática, pois dificilmente esse tipo de adaptação conseguirá resultados melhores que o do projeto original.

Vale lembrar que a dirigibilidade do veículo está intimamente ligada ao sistema de suspensão: durante os testes de desenvolvimento, os fabricantes avaliam não só a estabilidade em curvas, mas também em mudanças bruscas de direção, em frenagens e em diferentes tipos de pavimentação.

Além disso, o funcionamento dos sistemas eletrônicos de segurança, incluindo freios ABS, controles de estabilidade e, nos modelos mais sofisticados, dispositivos de frenagem autônoma, são desenvolvidos para o projeto original. Por fim, além de não surtirem o resultado esperado, .

10. Pneu nunca rodou; está “novinho”​

pneu detalhe trincas shutterstock 1516468949

Ressecamento da borracha provoca pequenas fissuras no pneu (foto: Shuttestock)

. Ou seja, degradam-se com o tempo, independentemente do uso. E os pneus estão entre esses itens. Não acredite em mitos sobre tal componente do carro estar novinho após vários anos: até mesmo se estiverem bem-armazenados, os pneumáticos tornam-se impróprios para rodar com o passar dos anos.

Isso ocorre porque o composto de borracha “envelhece” com a ação de umidade, temperatura e luz, entre outros fatores. Um componente velho perde o poder de aderência e, consequentemente, torna a dirigibilidade do veículo perigosa. Além do mais, o ressecamento provoca fissuras no pneu, que podem causar um estouro em pleno uso.

Cada fabricante determina o prazo máximo de utilização nas próprias gamas de produtos: em geral, porém, esse período não costuma ser maior que 8 anos. Assim, o motorista deve ficar atento e, se necessário, providenciar a troca dos pneus, incluindo o estepe.


O post apareceu primeiro em .

 
Top