Dirigida por John Elkann, a Stellantis, proprietária de 14 marcas, incluindo Fiat, Jeep e Ram, está agindo rapidamente para desmantelar o legado de seu antigo presidente-executivo e reparar as relações com revendedores, parceiros do setor, governos e trabalhadores.
Carlos Tavares deixou o cargo abruptamente em 1º de dezembro, quase 18 meses antes do término de seu contrato, à medida que aumentava o racha entre a diretoria e os principais acionistas da quarta maior montadora do mundo.
Enquanto procura um novo presidente-executivo, a Stellantis está sendo administrada por um comitê executivo interino, presidido por Elkann.
Depois de alertar sobre lucros no final de setembro e enfrentar um estoque inchado, a Stellantis não pode se dar ao luxo de ficar à deriva sob sua liderança temporária.
Elkann, de 48 anos, é descendente da família Agnelli, que fundou a montadora italiana Fiat há mais de um século. Ele também preside a Ferrari e dirige a Exor, holding da família Agnelli.
A nova abordagem será testada na terça-feira, quando representantes da montadora se reunirão com o ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso, e com os sindicatos locais para tentar chegar a um acordo sobre um plano de longo prazo para a produção na Itália.
A empresa — única grande montadora do país — pode se comprometer a expandir a produção e proteger os empregos em troca de melhores condições de fabricação e apoio do governo para a transição elétrica do setor, aliviando as tensões com Roma.
Uma fonte da Stellantis, falando sob condição de anonimato, disse que é o momento certo para assinar um acordo.
Menos de uma semana após a saída do presidente-executivo, a Stellantis afirmou que voltaria a fazer parte do grupo de lobby automotivo europeu ACEA. Ela saiu no início de 2023 com base em uma decisão de Tavares, que optou por uma estratégia de lobby independente sem consultar o conselho, de acordo com uma segunda fonte.
A montadora planeja se alinhar com as propostas do grupo, disse o chefe da Stellantis na Europa, Jean-Philippe Imparato, na semana passada.
Alberto Di Tanno, presidente do grupo italiano de concessionárias Intergea, afirmou que é muito cedo para ver mudanças concretas, mas que ele está confiante.
“Parece que a empresa quer se apresentar como menos centralizada e dar mais autonomia às suas estruturas nacionais, inclusive nas relações com os revendedores”, disse ele.
REPARANDO RELAÇÕES
Tavares, um veterano do setor que liderou a Stellantis desde sua criação em 2021 por meio da fusão da PSA e da Fiat-Chrysler, foi elogiado pelo aumento das margens operacionais.
No entanto, os revendedores de ambos os lados do Atlântico reclamaram que o aumento dos preços de suas marcas de mercado de massa acabou perdendo o apoio dos clientes atingidos pela inflação.
Neste mês, a Stellantis rapidamente recontratou o executivo aposentado Timothy Kuniskis para liderar a Ram, uma de suas marcas mais importantes.
Os analistas do setor interpretaram a decisão como uma medida para melhorar as relações com os revendedores nos EUA, a maior fonte de lucros do grupo, e recuperar as vendas da Ram nos EUA, que caíram 24% este ano até o final do terceiro trimestre.
Kevin Farrish, líder do conselho de revendedores da Stellantis, disse que Elkann se reuniu com a diretoria executiva nos EUA no início de dezembro para discutir como a montadora poderia reparar seu relacionamento com os revendedores.
Elkann disse que Antonio Filosa, nomeado chefe de operações na América do Norte em outubro, teria autoridade para responder às condições do mercado, contou Farrish.
“Isso significou muito para nós”, disse ele em uma mensagem. “Temos muitas oportunidades de consertar o que o sr. Tavares prejudicou.”
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Carlos Tavares deixou o cargo abruptamente em 1º de dezembro, quase 18 meses antes do término de seu contrato, à medida que aumentava o racha entre a diretoria e os principais acionistas da quarta maior montadora do mundo.
Enquanto procura um novo presidente-executivo, a Stellantis está sendo administrada por um comitê executivo interino, presidido por Elkann.
Depois de alertar sobre lucros no final de setembro e enfrentar um estoque inchado, a Stellantis não pode se dar ao luxo de ficar à deriva sob sua liderança temporária.
Elkann, de 48 anos, é descendente da família Agnelli, que fundou a montadora italiana Fiat há mais de um século. Ele também preside a Ferrari e dirige a Exor, holding da família Agnelli.
A nova abordagem será testada na terça-feira, quando representantes da montadora se reunirão com o ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso, e com os sindicatos locais para tentar chegar a um acordo sobre um plano de longo prazo para a produção na Itália.
A empresa — única grande montadora do país — pode se comprometer a expandir a produção e proteger os empregos em troca de melhores condições de fabricação e apoio do governo para a transição elétrica do setor, aliviando as tensões com Roma.
Uma fonte da Stellantis, falando sob condição de anonimato, disse que é o momento certo para assinar um acordo.
Menos de uma semana após a saída do presidente-executivo, a Stellantis afirmou que voltaria a fazer parte do grupo de lobby automotivo europeu ACEA. Ela saiu no início de 2023 com base em uma decisão de Tavares, que optou por uma estratégia de lobby independente sem consultar o conselho, de acordo com uma segunda fonte.
A montadora planeja se alinhar com as propostas do grupo, disse o chefe da Stellantis na Europa, Jean-Philippe Imparato, na semana passada.
Alberto Di Tanno, presidente do grupo italiano de concessionárias Intergea, afirmou que é muito cedo para ver mudanças concretas, mas que ele está confiante.
“Parece que a empresa quer se apresentar como menos centralizada e dar mais autonomia às suas estruturas nacionais, inclusive nas relações com os revendedores”, disse ele.
REPARANDO RELAÇÕES
Tavares, um veterano do setor que liderou a Stellantis desde sua criação em 2021 por meio da fusão da PSA e da Fiat-Chrysler, foi elogiado pelo aumento das margens operacionais.
No entanto, os revendedores de ambos os lados do Atlântico reclamaram que o aumento dos preços de suas marcas de mercado de massa acabou perdendo o apoio dos clientes atingidos pela inflação.
Neste mês, a Stellantis rapidamente recontratou o executivo aposentado Timothy Kuniskis para liderar a Ram, uma de suas marcas mais importantes.
Os analistas do setor interpretaram a decisão como uma medida para melhorar as relações com os revendedores nos EUA, a maior fonte de lucros do grupo, e recuperar as vendas da Ram nos EUA, que caíram 24% este ano até o final do terceiro trimestre.
Kevin Farrish, líder do conselho de revendedores da Stellantis, disse que Elkann se reuniu com a diretoria executiva nos EUA no início de dezembro para discutir como a montadora poderia reparar seu relacionamento com os revendedores.
Elkann disse que Antonio Filosa, nomeado chefe de operações na América do Norte em outubro, teria autoridade para responder às condições do mercado, contou Farrish.
“Isso significou muito para nós”, disse ele em uma mensagem. “Temos muitas oportunidades de consertar o que o sr. Tavares prejudicou.”
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