Notícia Scout: VW apresenta novos utilitários elétricos ‘raízes’

Reviver uma marca antiga é algo que deve ser feito com cuidado, ainda mais quando o retorno é com carros elétricos. A Volkswagen criou a Scout, divisão focada no fora de estrada que leva o nome do jipinho lançado pela International Harvester nos anos 60. Os primeiros produtos foram apresentados nessa quinta (24): o SUV Traveler e a caminhonete Terra.

A International Harvester foi um fabricante de tratores, caminhões, ônibus, caminhonetes e utilitários que fechou em 1985. A divisão de caminhões foi para as mãos da Navistar e segue na ativa. Hoje ela faz parte da divisão de caminhões da Volkswagen e licenciou o nome Scout para essa nova divisão.

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O International Harverster Scout era rival do Jeep CJ e do Ford Bronco
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O corte na janela traseira era sua marca registrada e voltou nos carros novos

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O International Harvester Scout original era uma alternativa ao Jeep CJ e o Ford Bronco. Foi um jipe com eixo rígido na dianteira e na traseira, duas portas e várias opções de carroceria.

Ele foi produzido de 1961 a 1980 e, ao contrário do Ford Bronco, manteve a rusticidade durante todo esse tempo. A robustez e a valentia eram os destaques.

Os Scout Traveler e Terra possuem construção de utilitários “raiz”​

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O chassi é separado da carroceria e abriga as baterias bem protegidas
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A suspensão traseira usa eixo rígido e possui o motor elétrico integrado
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Os dois eixos possuem bloqueio e as barras estabilizadores podem ser desconectadas para dar mais articulação
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O teto solar pode ser de lona ou de vidro

Os novos carros da Scout se inspiram nesse modelo, com o SUV Traveler homenageando o formato característico da área envidraçada. As especificações técnicas ajudam a corroborar essas promessas.

A linha atual da Scout utiliza chassi separado da carroceria e eixo rígido na traseira. A suspensão dianteira é independente do tipo duplo A. É o mesmo tipo de arquitetura que vemos nas caminhonetes e SUVs tradicionais.

O único outro carro elétrico com eixo rígido é o Mercedes-Benz G 580e. O motor elétrico fica montado diretamente no eixo, como seria o diferencial em um veículo a combustão. A suspensão nesse eixo é com molas helicoidais, quatro braços longitudinais e barra Panhard, similar a usada pela Nissan Frontier.

As barras estabilizadores podem ser desconectadas eletronicamente, como no Jeep Wrangler. Os dois eixos possuem bloqueio eletrônico no diferencial.

Não divulgaram os dados de potência, apenas que o torque será acima de 130 kgfm. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 3,5 segundos.

O formato do chassi lembra o perimetral do Ford Galaxie, não é do tipo escada como o habitual em caminhonetes. Na seção central fica abrigado o conjunto de baterias, com fortes proteções na parte inferior para aguentar o fora de estrada pesado que se propõe a fazer.

Elétrico com motor a combustão​

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O interior aparenta ser caprichado
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O painel digital emula o velocímetro horizontal dos carros antigos
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O espete externo permite levar pneus de até 35 polegadas
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O porta-malas dianteiro é útil na caminhonete Terra

A arquitetura elétrica é de 800 volts, o que proporciona recargas ultrarrápidas. As versões 100% elétricas terão autonomia de até 563 km. Terá também variantes com um motor a combustão trabalhando de gerador, para entregar até 805 km de alcance.

Esse motor será montado na traseira do veículo, atrás do eixo e parece ser compacto. O tanque de gasolina fica à frente da bateria, protegido pelo chassi.

A Scout não revelou qual será esse motor gerador, que foi batizado de Harvester em homenagem ao passado. Por ser parte da Volkswagen, não fique espantado se for o 1.0 de três cilindros que conhecemos bem no Brasil.

Com essa tecnologia será um carro mais viável para aventuras que utilitários 100% elétricos. O motorista não ficará dependente de pontos de recarga.

A caminhonete Scout Terra pode levar até 907 kg de carga na caçamba e capacidade de reboque de 4.535 kg. No SUV Traveler a capacidade de reboque é de 3.175 kg.

Visual retrô bem feito​

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Existe a opção por um motor a combustão que trabalha apenas para aumentar a autonomia
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Na versão elétrica ele pode rodar até 563 km, com o gerador a gasolina aumenta para 805 km
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A picape traz degrau para acessar a caçamba e uma alça de apoio na coluna C
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A capacidade de carga fica em 900, a de reboque chega a 4.535 kg

Tanto o Scout Traveler quanto o Terra compartilham o mesmo visual da dianteira. A luz diurna é uma barra horizontal, com quatro luzes invisuais em cada lado.

Onde seria a grade é uma barra de plástico preto, com o nome Scout em fonte retrô no canto esquerdo. O para-choque é simples e lembra o dos utilitários antigos.

O SUV Traveler possui o estepe montado na traseira. Essa escolha não foi apenas por estilo, isso permite levar um pneu de até 35 polegadas, como os de rodagem.

O Scout Traveler também oferece teto solar panorâmico em lona e tampa do porta-malas dividida. A linha da coluna D e o recorte da janela são inspirados pelo modelo clássico.

Na picape Scout Terra existem detalhes práticos como o degrau na lateral da caçamba que é complementado por uma alça atrás da cabine. Em ambos existe um porta-malas dianteiro generoso e tomadas residenciais junto da porta do carregador.

Scout resgatou o banco inteiriço​

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Os botões físicos complementam a grande tela
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O cliente pode optar pelo banco inteiriço e levar 6 pessoas
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Com o gerador será possível fazer aventuras maiores

A cabine também segue esse estilo retrô modernizado. A Scout resgatou o banco dianteiro inteiriço, para poder levar seis passageiros. Existe a opção por um console fixo, reduzindo a capacidade para cinco passageiros.

O painel de instrumentos digital possui velocímetro horizontal, que era comum nos carros norte-americanos dos anos 60. O painel pode receber acabamento em madeira.

No centro da cabine está uma grande tela para a central multimídia, que é auxiliada por uma fileira de botões físicos. No console de teto tem uma bússola analógica, contrastando com essa tecnologia toda.

A Scout diz que esses carros exibidos são conceitos. O Terra e o Traveler parecem aqueles que são praticamente um carro de produção. Eles chegarão ao mercado norte-americano em 2026.

A Volkswagen irá vender os carros da Scout fora de sua rede de concessionárias, com entregas direto para os clientes como a Tesla faz. Isso está causando revolta nos revendedores do grupo nos EUA. Porém essa flexibilidade das vendas diretas está agradando aos consumidores.

Além disso as manutenções poderão ser feitas na casa dos clientes, exigindo uma ida a oficina apenas em casos mais sérios. A Scout está cobrando US$ 100 (R$ 570) pelo lugar na fila.

 
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