Lembra-se da Autolatina? Era esse o nome de uma holding formada por Ford e Volkswagen entre 1987 e 1996. A união entre as duas empresas envolvia os mercados do Brasil e da Argentina e tinha o objetivo de poupar custos, graças ao compartilhamento de tecnologias e processos de fabricação.
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A Volkswagen era majoritária nessa sociedade, controlando 51% das ações; os demais 49% ficavam com a Ford. Juntas, as duas marcas chegaram a deter 50% do mercado brasileiro, mas acabaram perdendo competitividade. Sem gerar os resultados esperados, a Autolatina acabou durando menos de uma década.
Para muitos consumidores, a Autolatina é lembrada pelos produtos híbridos entre as duas empresas. Alguns veículos Volkswagen saíam da fábrica da Ford, e vice-versa. O que muita gente não sabe é que, durante essa fase, alguns projetos das duas marcas acabaram engavetados, simplificados ou executados de maneira tardia. O AutoPapo listou 5 deles: confira!
Projeto de um então “novo” Del Rey tinha linhas modernas para a época
Nos anos de 1980, a subsidiária brasileira da Ford estudava alternativas para substituir . A primeira delas, logo descartada, foi a nacionalização do sedan europeu Sierra. Posteriormente, a multinacional cogitou desenvolver um produto local.
Batizado internamente de “Omega II” – vale lembrar que o projeto “Omega” era o do próprio Del Rey e, no caso, não tem qualquer relação com o homônimo da Chevrolet -, o modelo “herdaria” o motor 2.3 de quatro cilindros inaugurado pelo Maverick. Além disso, seria maior e mais espaçoso que o antecessor.
A Ford iniciou o desenvolvimento do Del Rey de segunda geração (ou “Omega II”, como preferir) em 1985: um protótipo para ensaios em túnel de vento até chegou a ser construído. Os testes, aliás, revelaram um bom cx. de 0,35. Entretanto, o projeto foi cancelado quando Ford e Volkswagen ainda negociavam a formação da Autolatina. No lugar dele, o fabricante optou pelo Versailles, um clone do Santana que fez pouco sucesso comercial.
Originalmente, projeto do Apollo previa mais diferenças em relação ao Verona
Sim, o Apollo existiu, mas com um projeto bem diferente do original. Inicialmente, a ideia da Volkswagen era lançar um veículo que aproveitasse a plataforma e a estrutura do Ford Verona, mas com design próprio. Desse modo, os dois “irmãos” da Autolatina teriam personalidades mais distintas.
Porém, , com exceção dos emblemas e de alguns detalhes de acabamento. Tecnicamente, só as relações de marchas eram mais curtas. Não deu outra: o modelo da Volkswagen teve participação ainda mais discreta que o “irmão gêmeo” da Ford no mercado e saiu de linha em apenas dois anos.
Em vez do Voyage de segunda geração, Volkswagen optou pelo Polo Classic
A história do Voyage tem um hiato entre 1995 e 2008. Isso porque a Volkswagen desistiu de lançar uma derivação sedan da segunda geração do Gol, popularmente conhecida como “bolinha”. O projeto até chegou a ganhar forma, mas não passou das fases iniciais.
Em vez de desenvolver o então novo Voyage, a Volkswagen preferiu apostar no Polo Classic, cujo lançamento data de dezembro de 1996. De acordo com informações de bastidores, isso ocorreu por razões políticas dentro da empresa alemã: a Ford, então sócia na Autolatina, não teria influenciado tal decisão.
Seja como for, desde 1994 o Voyage já era fabricado na Argentina, e o país vizinho ficou encarregado da produção do Polo Classic. O modelo até vendeu bem por lá, mas nunca emplacou por aqui.
Volkswagen vetou projeto da Ford derivado do Gol, na época da Autolatina
Modelo exibia linhas mais fluidas que as do "irmão" Gol
A segunda geração Gol ainda estava em desenvolvimento quando a Ford começou a criar uma variação própria do projeto. Ele mantinha , mas tinha carroceria própria, com estilo que lembrava o do Escort. O veículo nem chegou a ser batizado, mas alguns estudos em tamanho natural foram concluídos.
Quem acabou cancelando o projeto não foi a Ford, e sim a Volkswagen. É que, na época, o Gol era líder de vendas no país: com participação majoritária na Autolatina, a fabricante de origem alemã simplesmente não quis compartilhar sua “galinha dos ovos de ouro” com a sócia estadunidense.
Há quem diga que o veto da Volkswagen ao projeto teria sido a gota d’água que faltava para a dissolução da Autolatina. Restou à Ford entrar no segmento de compactos com o Fiesta, ainda importado, em 1995: no ano seguinte, a fabricante enfim nacionalizou esse modelo.
Ford planejava trazer a perua Escort há anos, mas lançamento só ocorreu após a dissolução da Autolatina
O mercado brasileiro recebeu a Escort S.W. tardiamente, em 1997. E isso ocorreu devido a questões contratuais envolvendo a Autolatina: a Ford cogitava há anos lançar a perua, mas era impedida de comercializar uma concorrente para a Volkswagen Parati, então líder do segmento.
No fim das contas, , quando a gama, caracterizada pelo design com grade e faróis ovalados e pela mecânica Zetec, já era produzida na Argentina. A perua tinha boas qualidades e fez um sucesso razoável até sair de linha, em 2003. Todavia, poderia ter se destacado mais, caso tivesse surgido antes no mercado.
Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman comenta em vídeo!
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A Volkswagen era majoritária nessa sociedade, controlando 51% das ações; os demais 49% ficavam com a Ford. Juntas, as duas marcas chegaram a deter 50% do mercado brasileiro, mas acabaram perdendo competitividade. Sem gerar os resultados esperados, a Autolatina acabou durando menos de uma década.
Projetos cancelados pela Autolatina
Para muitos consumidores, a Autolatina é lembrada pelos produtos híbridos entre as duas empresas. Alguns veículos Volkswagen saíam da fábrica da Ford, e vice-versa. O que muita gente não sabe é que, durante essa fase, alguns projetos das duas marcas acabaram engavetados, simplificados ou executados de maneira tardia. O AutoPapo listou 5 deles: confira!
1. Ford Del Rey II
Projeto de um então “novo” Del Rey tinha linhas modernas para a época
Nos anos de 1980, a subsidiária brasileira da Ford estudava alternativas para substituir . A primeira delas, logo descartada, foi a nacionalização do sedan europeu Sierra. Posteriormente, a multinacional cogitou desenvolver um produto local.
Batizado internamente de “Omega II” – vale lembrar que o projeto “Omega” era o do próprio Del Rey e, no caso, não tem qualquer relação com o homônimo da Chevrolet -, o modelo “herdaria” o motor 2.3 de quatro cilindros inaugurado pelo Maverick. Além disso, seria maior e mais espaçoso que o antecessor.
A Ford iniciou o desenvolvimento do Del Rey de segunda geração (ou “Omega II”, como preferir) em 1985: um protótipo para ensaios em túnel de vento até chegou a ser construído. Os testes, aliás, revelaram um bom cx. de 0,35. Entretanto, o projeto foi cancelado quando Ford e Volkswagen ainda negociavam a formação da Autolatina. No lugar dele, o fabricante optou pelo Versailles, um clone do Santana que fez pouco sucesso comercial.
2. Volkswagen Apollo
Originalmente, projeto do Apollo previa mais diferenças em relação ao Verona
Sim, o Apollo existiu, mas com um projeto bem diferente do original. Inicialmente, a ideia da Volkswagen era lançar um veículo que aproveitasse a plataforma e a estrutura do Ford Verona, mas com design próprio. Desse modo, os dois “irmãos” da Autolatina teriam personalidades mais distintas.
Porém, , com exceção dos emblemas e de alguns detalhes de acabamento. Tecnicamente, só as relações de marchas eram mais curtas. Não deu outra: o modelo da Volkswagen teve participação ainda mais discreta que o “irmão gêmeo” da Ford no mercado e saiu de linha em apenas dois anos.
3. Volkswagen Voyage “bolinha”
Em vez do Voyage de segunda geração, Volkswagen optou pelo Polo Classic
A história do Voyage tem um hiato entre 1995 e 2008. Isso porque a Volkswagen desistiu de lançar uma derivação sedan da segunda geração do Gol, popularmente conhecida como “bolinha”. O projeto até chegou a ganhar forma, mas não passou das fases iniciais.
Em vez de desenvolver o então novo Voyage, a Volkswagen preferiu apostar no Polo Classic, cujo lançamento data de dezembro de 1996. De acordo com informações de bastidores, isso ocorreu por razões políticas dentro da empresa alemã: a Ford, então sócia na Autolatina, não teria influenciado tal decisão.
Seja como for, desde 1994 o Voyage já era fabricado na Argentina, e o país vizinho ficou encarregado da produção do Polo Classic. O modelo até vendeu bem por lá, mas nunca emplacou por aqui.
4. Ford hatch baseado do Gol
Volkswagen vetou projeto da Ford derivado do Gol, na época da Autolatina
Modelo exibia linhas mais fluidas que as do "irmão" Gol
A segunda geração Gol ainda estava em desenvolvimento quando a Ford começou a criar uma variação própria do projeto. Ele mantinha , mas tinha carroceria própria, com estilo que lembrava o do Escort. O veículo nem chegou a ser batizado, mas alguns estudos em tamanho natural foram concluídos.
Quem acabou cancelando o projeto não foi a Ford, e sim a Volkswagen. É que, na época, o Gol era líder de vendas no país: com participação majoritária na Autolatina, a fabricante de origem alemã simplesmente não quis compartilhar sua “galinha dos ovos de ouro” com a sócia estadunidense.
Há quem diga que o veto da Volkswagen ao projeto teria sido a gota d’água que faltava para a dissolução da Autolatina. Restou à Ford entrar no segmento de compactos com o Fiesta, ainda importado, em 1995: no ano seguinte, a fabricante enfim nacionalizou esse modelo.
5. Ford Escort S.W.
Ford planejava trazer a perua Escort há anos, mas lançamento só ocorreu após a dissolução da Autolatina
O mercado brasileiro recebeu a Escort S.W. tardiamente, em 1997. E isso ocorreu devido a questões contratuais envolvendo a Autolatina: a Ford cogitava há anos lançar a perua, mas era impedida de comercializar uma concorrente para a Volkswagen Parati, então líder do segmento.
No fim das contas, , quando a gama, caracterizada pelo design com grade e faróis ovalados e pela mecânica Zetec, já era produzida na Argentina. A perua tinha boas qualidades e fez um sucesso razoável até sair de linha, em 2003. Todavia, poderia ter se destacado mais, caso tivesse surgido antes no mercado.
Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman comenta em vídeo!
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