Os jovens de hoje não devem se lembrar de uma preferência do brasileiro (única no mundo) na década de 80: carros com duas portas. Não há explicação lógica e imagina-se que a moda foi resultado de – à época – a maioria dos motoristas ter aprendido a dirigir num Fusca. Ou por aparentar esportividade.
Fábricas tiveram de investir para alterar o projeto original de modelos que vinham da matriz e que não tinha sido concebidos para duas portas. Caso do VW Santana ou Doginho Polara.
VEJA TAMBÉM:
A irracionalidade era tamanha que madame se contorcionava para se assentar no banco traseiro de Opala cupê… com motorista.
Mas o mercado tem sempre uma explicação lógica para justificar o ilógico. No caso da aversão às quatro portas, “cupê é mais seguro para as crianças atrás” (besteira: sempre existiu uma trava de segurança para evitar acidentes), ou “vão me confundir com taxista”, “dá menos trabalho para trancar”, “menos barulhento” e, finalmente, o inquestionável “valor de revenda”.
VW Santana duas portas: feito para o Brasil (Foto: Volkswagen | Divulgação)
O litro do diesel é mais barato na bomba que gasolina ou etanol pois paga menos impostos. Antiga decisão do governo federal para reduzir custos dos transportes coletivo (ônibus) e de carga (caminhões). Simultaneamente, proibiu também o motor diesel nos automóveis, para não se beneficiarem com o preço reduzido do combustível.
Mas a produção do motor diesel custa muito mais, pois tem taxa de compressão mais elevada, exigindo maior resistência dos componentes, sempre tiveram bomba injetora, ao invés do carburador, e turbina.
Além de o litro do diesel ser mais barato, o motor é mais eficiente e tem menor consumo. Então, seu km rodado custa muito menos que o do motor a gasolina.
Existe portanto a falsa idéia de que picape diesel é melhor negócio. Mas não é bem assim, pois seu custo inicial é tão mais elevado que só mesmo rodando mais de 5 ou 6 mil km por mês para valer a pena o investimento inicial.
Como a média mensal do motorista brasileiro é pouco superior a 1.000 km mensais, não tem retorno do que paga a mais pelo picape diesel. Mas, como sempre, vem o argumento imbatível: “o valor de revenda!”.
A rigor, é para rebocar carretas, lanchas, etc. Mas, de repente, sem mais nem porquê, o brasileiro resolveu colocá-lo na traseira para “proteger” o carro no caso de impacto traseiro. As lojas deram força à idéia e se venderam centenas de milhares deste excremento no Brasil.
Começa que o engate nada protege. Pelo contrário, anula o efeito “amortecedor” do parachoque traseiro e transmite toda a energia do impacto para o monobloco (longarinas), em geral deformando-o. Algumas fábricas chegam a proibir especificamente sua utilização.
Além disso, engate-bola já rasgou muita canela de pedestre que passa atrás do carro. Danificou também muita placa e para=choque do carro estacionado atrás.
O engate correto é o que fica embutido no parachoque traseiro e nem aparece quando não está em uso.
Acessório já foi item de série em carros com apelo aventureiro (Foto: Fiat | Divulgação)
O quebra-mato é uma verdadeira “traquibanda” colocada à frente do carro composta de canos de aço formando um quadrado. A utilização primária do quebra-mato é no campo, para empurrar árvores na estrada. Ou outros carros enguiçados ou atolados.
Inexplicavelmente, o quebra-mato virou mania no Brasil, chegou a vir como equipamento standard e era chique adaptá-lo na frente de jipes, SUVs e picapes que só rodavam no trânsito urbano. Para “proteger” a frente do carro.
Mas era, na verdade, o tiro de misericórdia quando o veículo atropelava um pedestre. No caso de crianças, pegava exatamente na cabeça.
Recebeu o pertinente apelido de “Quebra&Mata”
Foram muitos também os acessórios oferecidos pelas concessionárias. Tapetinho e calhas nas janelas encabeçam a lista das bugigangas empurradas goela abaixo dos motoristas.
A compra de um utilitário esportivo é decisão puramente emocional, só pelo modismo. As mulheres alegam se sentir mais seguras. Os homens explicam que as rodas maiores vencem melhor a buraqueira. Não é verdade, a maioria deles vem equipada com pneu de perfil baixo.
Quase ninguém que o adquire sabe explicar o porquê. Não tem fazenda nem sítio. Jamais usa a tração integral nos raros SUVs equipados com esta transmissão. Alegam ser de utilidade para carregar a família, mas seu porta-malas geralmente é menor que o de um sedã ou perua. São mais difíceis de estacionar. Seus pneus custam o dobro. O consumo é maior, pois são mais pesados e menos aerodinâmicos.
Uma paixonite tão “braba” que já liquidou o mercado de peruas e caminha para destruir também o de hatches e sedãs.
Mas chique hoje é ter SUV e apartamento com “Espaço Gourmet”. No caso particular dos homens, sua altura, imponência e aspecto de potência substituem suas falhas orgânicas e posturais.
Explico com mais detalhes o que eu acho dos SUVs; confira!
O post apareceu primeiro em .
Fábricas tiveram de investir para alterar o projeto original de modelos que vinham da matriz e que não tinha sido concebidos para duas portas. Caso do VW Santana ou Doginho Polara.
VEJA TAMBÉM:
A irracionalidade era tamanha que madame se contorcionava para se assentar no banco traseiro de Opala cupê… com motorista.
Mas o mercado tem sempre uma explicação lógica para justificar o ilógico. No caso da aversão às quatro portas, “cupê é mais seguro para as crianças atrás” (besteira: sempre existiu uma trava de segurança para evitar acidentes), ou “vão me confundir com taxista”, “dá menos trabalho para trancar”, “menos barulhento” e, finalmente, o inquestionável “valor de revenda”.
VW Santana duas portas: feito para o Brasil (Foto: Volkswagen | Divulgação)
Diesel, mesmo sem retorno
O litro do diesel é mais barato na bomba que gasolina ou etanol pois paga menos impostos. Antiga decisão do governo federal para reduzir custos dos transportes coletivo (ônibus) e de carga (caminhões). Simultaneamente, proibiu também o motor diesel nos automóveis, para não se beneficiarem com o preço reduzido do combustível.
Mas a produção do motor diesel custa muito mais, pois tem taxa de compressão mais elevada, exigindo maior resistência dos componentes, sempre tiveram bomba injetora, ao invés do carburador, e turbina.
Além de o litro do diesel ser mais barato, o motor é mais eficiente e tem menor consumo. Então, seu km rodado custa muito menos que o do motor a gasolina.
Existe portanto a falsa idéia de que picape diesel é melhor negócio. Mas não é bem assim, pois seu custo inicial é tão mais elevado que só mesmo rodando mais de 5 ou 6 mil km por mês para valer a pena o investimento inicial.
Como a média mensal do motorista brasileiro é pouco superior a 1.000 km mensais, não tem retorno do que paga a mais pelo picape diesel. Mas, como sempre, vem o argumento imbatível: “o valor de revenda!”.
Engate-bola
A rigor, é para rebocar carretas, lanchas, etc. Mas, de repente, sem mais nem porquê, o brasileiro resolveu colocá-lo na traseira para “proteger” o carro no caso de impacto traseiro. As lojas deram força à idéia e se venderam centenas de milhares deste excremento no Brasil.
Começa que o engate nada protege. Pelo contrário, anula o efeito “amortecedor” do parachoque traseiro e transmite toda a energia do impacto para o monobloco (longarinas), em geral deformando-o. Algumas fábricas chegam a proibir especificamente sua utilização.
Além disso, engate-bola já rasgou muita canela de pedestre que passa atrás do carro. Danificou também muita placa e para=choque do carro estacionado atrás.
O engate correto é o que fica embutido no parachoque traseiro e nem aparece quando não está em uso.
“Quebra&Mata”
Acessório já foi item de série em carros com apelo aventureiro (Foto: Fiat | Divulgação)
O quebra-mato é uma verdadeira “traquibanda” colocada à frente do carro composta de canos de aço formando um quadrado. A utilização primária do quebra-mato é no campo, para empurrar árvores na estrada. Ou outros carros enguiçados ou atolados.
Inexplicavelmente, o quebra-mato virou mania no Brasil, chegou a vir como equipamento standard e era chique adaptá-lo na frente de jipes, SUVs e picapes que só rodavam no trânsito urbano. Para “proteger” a frente do carro.
Mas era, na verdade, o tiro de misericórdia quando o veículo atropelava um pedestre. No caso de crianças, pegava exatamente na cabeça.
Recebeu o pertinente apelido de “Quebra&Mata”
Pinduricalhos
Foram muitos também os acessórios oferecidos pelas concessionárias. Tapetinho e calhas nas janelas encabeçam a lista das bugigangas empurradas goela abaixo dos motoristas.
SUV
A compra de um utilitário esportivo é decisão puramente emocional, só pelo modismo. As mulheres alegam se sentir mais seguras. Os homens explicam que as rodas maiores vencem melhor a buraqueira. Não é verdade, a maioria deles vem equipada com pneu de perfil baixo.
Quase ninguém que o adquire sabe explicar o porquê. Não tem fazenda nem sítio. Jamais usa a tração integral nos raros SUVs equipados com esta transmissão. Alegam ser de utilidade para carregar a família, mas seu porta-malas geralmente é menor que o de um sedã ou perua. São mais difíceis de estacionar. Seus pneus custam o dobro. O consumo é maior, pois são mais pesados e menos aerodinâmicos.
Uma paixonite tão “braba” que já liquidou o mercado de peruas e caminha para destruir também o de hatches e sedãs.
Mas chique hoje é ter SUV e apartamento com “Espaço Gourmet”. No caso particular dos homens, sua altura, imponência e aspecto de potência substituem suas falhas orgânicas e posturais.
Explico com mais detalhes o que eu acho dos SUVs; confira!
O post apareceu primeiro em .