O
. Era o último veículo do gênero vendido no país por uma marca generalista: desde então, quem quer uma station wagon precisa recorrer ao mercado de usados.
VEJA TAMBÉM:
Para alguns consumidores fiéis, esses veículos fazem muita falta. Afinal, unem a dirigibilidade de um hatch ou um sedã a um porta-malas grande e versátil. Além do mais, diferentes gerações cresceram nos bancos traseiros não só do modelo ítalo-mineiro, mas de similares como Volkswagen Parati, Ford Belina ou Chevrolet Caravan.
Se você está entre os entusiastas das peruas, provavelmente vai gostar deste listão: enumeramos todos os 20 veículos desse segmento já fabricados em série no país: sim, na relação entraram unicamente produtos nacionais. Se você também é fã das peruas, preste sua homenagem nos comentários. E, fora de linha ou não, save the wagons!
A Vemaguet entrou para a lista por um motivo lógico: foi o primeiro automóvel fabricado no Brasil. Sim, o produto pioneiro da indústria nacional é uma station wagon! Lançada em 1956, nadou de braçada no segmento durante mais de uma década, superando em vendas, por larga margem, a Simca Jangada, que apesar de ser maior e mais cara, era a concorrente mais próxima.
Inicialmente, ela foi chamada de DKW Universal. O nome definitivo, Vemaguet, alusivo à Vemag, veio em 1961. Em 1966, a Volkswagen adquiriu as operações da marca concorrente no país, e um ano depois, encerrou a produção de todos os produtos, inclusive da icônica peruinha. Do início ao fim, a pioneira manteve-se fiel ao motor 1.0 de três cilindros e dois tempos.
A segunda station wagon nacional foi também a mais luxuosa da década de 1960. É a Simca Jangada, que tinha como principais atributos o motor 2.4 V8 e o belo design. A perua chegou ao mercado em 1962, baseada na similar francesa, que recebia o nome de Marly.
Em 1967, a Chrysler adquiriu as operações brasileiras da Simca. A multinacional reformulou o sedan da gama, mas optou por retirar a perua de linha, devido aos números de vendas. Apenas 2.705 unidades da Jangada foram produzidas no país: desse modo, pouquíssimas unidades sobreviveram aos dias atuais.
Belina (Ford | Divulgação)
A Ford tem uma longa história no Brasil, mas, espantosamente, só fabricou duas peruas no país: a Belina e a Royale. A perua Maverick era feita de modo independente pela concessionária Souza Ramos, enquanto Escort SW, Mondeo SW e Taurus SW eram importadas.
Se, por um lado, a marca deu poucas tacadas no segmento, por outro ela acabou sendo extremante certeira justamente com seu primeiro produto do gênero. Lançada em 1970, a Belina foi rapidamente aceita pelo mercado e sempre vendeu bem.
Derivada do Corcel, herdava dele o motor 1.3 e a tração dianteira (algo ainda incomum para a época). Já com a cilindrada aumentada para 1.4, chegou à segunda geração em 1977. No ano seguinte, chegou o propulsor 1.6. A station wagon só saiu de linha em 1991, já com mecânica Volkswagen 1.8 e associada ao Del Rey, mas sem modificações estruturais.
Um dos frutos da Auto Latina, joint-venture formada por Ford e Volkswagen entre 1987 e 1996, foi a Royale, cujo lançamento data de 1992. Na verdade, a perua, tal qual o sedan Versailles, no qual se baseava, eram clones do Santana e da Quantum, com pequenas diferenças no design e no acabamento.
No caso da Royale, havia uma diferença marcante em relação à Quantum: a carroceria de apenas duas portas, que os consumidores da época já começavam a rejeitar. A station wagon chegou a aderir às quatro portas na linha 1995, mas foi em vão. Comercialmente, a linha Versailles nunca obteve o sucesso dos similares da Volkswagen. No ano seguinte, a produção chegou ao fim.
A Caravan foi a primeira station wagon nacional da Chevrolet e também a de maior aceitação mercadológica. Chegou ao mercado em 1976, nada menos que oito anos depois do Opala, do qual é derivada. Os dois modelos conquistaram uma legião de fãs e são, hoje, disputados por colecionadores de carros antigos.
Durante quase uma década, a perua foi a única de grande porte vendida no país. Ela atravessou a década de 80 sofrendo sucessivas modernizações, mas sempre permaneceu essencialmente a mesma, inclusive na mecânica, capitaneada pelos motores 2.5 de quatro cilindros e 4.1 de seis. Em 1992, uma Caravan ambulância foi o último veículo da linha Opala fabricado no Brasil.
Depois da Caravan, a Chevrolet lançou, em 1980, a Marajó, perua da linha Chevette, para ocupar um patamar inferior no mercado. Ela, claro, compartilhava diversas características técnicas com o modelo de origem, inclusive a tração traseira. Inicialmente, a station wagon tinha motor 1.4, mas o fabricante logo o substituiu pelo 1.6.
A Marajó acompanhou as evoluções técnicas do Chevette, passando por uma ampla reestilização para 1983, e outra mais discreta, para 1987. Apesar das atualizações, não conseguiu repetir o êxito comercial do modelo de origem: a perua saiu de linha em 1989, após a produção de 78 mil unidades.
Para substituir a lacuna deixada pela Marajó, a Chevrolet lançou a Ipanema em 1989. Baseada no Kadett, a gama tinha características técnicas avançadas para os padrões do mercado brasileiro da época, como a capota sem calhas, vidros colados à carroceria e a suspensão traseira com sistema pneumático de ajuste de altura.
Inicialmente, a station wagon dispunha apenas de duas portas e, sob o capô, trazia motor 1.8. Porém, em 1993, chegaram a carroceria de quatro portas e o propulsor 2.0. Tal qual a antecessora, porém, a Ipanema não teve a aceitação esperada pelo fabricante: ainda recebeu uma discreta reestilização para a linha 1996, antes de deixar o mercado, no ano seguinte.
A gama Corsa incluiu variadas configurações de carrocerias, entre as quais hatch de duas ou quatro portas, sedan e picape. Havia, claro, também uma perua, cujo lançamento ocorreu em 1997. Inicialmente ofertada com motores 1.6, ela chegou até a ter uma versão 1.0, em 1999.
Para o ano 2000, o fabricante providenciou uma discreta reestilização em toda a linha. Em 2002, a segunda geração chegava ao Brasil, mas não teria uma configuração perua: naquele ano, a Corsa Wagon entrou para a história como último veículo desse gênero que a Chevrolet produziu no país.
Foto Volkswagen | Divulgação
Herdeira, de certo modo, dos compradores da Vemaguet, a Variant foi lançada em 1968. Talvez isso a tenha ajudado a dominar o mercado de peruas no Brasil. Em razão da arquitetura da Volkswagen com motor 1600 a ar posicionado na traseira, tinha curiosos dois porta-malas: um na dianteira, embaixo do capô, e outro na parte posterior, em cima do próprio propulsor.
A primeira geração durou quase uma década, até ser aposentada pela sucessora Variant II em 1977. Porém, o modelo mais novo não conseguiu repetir o sucesso do original e acabou perdendo a liderança da categoria para a Ford Belina. Por isso, teve um fim precoce e saiu de linha já em 1980. A Volkswagen só voltou a ter uma station wagon em 1982, quando concluiu o desenvolvimento da Parati.
Projetada a partir do Gol, a Parati faz parte de uma das gamas de veículos de maior sucesso da indústria nacional. As vendas começaram em 1982 e não tardaram a superar a concorrência. Inicialmente, o motor era o 1.5 do Passat, logo substituído por uma unidade 1.6. Posteriormente, seria oferecido também um 1.8.
A evolução da Parati seguiu com mudanças superficiais até 1996, quando foi apresentada a segunda geração. Maior e mais arredondada, novamente seguindo os passos do irmão Gol, a perua ganhou opção de motor 2.0. No ano seguinte, finalmente veio a carroceria de quatro portas e, em 1998, a fogosa versão GTI 16V.
O modelo ainda passou por duas reestilizações que, apesar de não se configurarem como novos projetos, foram chamadas de G3 e G4 pela Volkswagen. A fabricação foi encerrada em 2012.
Espécie de irmã maior da Parati, a Quantum estreou no Brasil em 1985, cerca de um ano depois do Santana, do qual derivava. Até hoje, foi a única perua nacional da Volkswagen fora do segmento de compactas.
No princípio, era equipada com motor 1.8, mas passou a ter opção de um 2.0 em 1988. Santana e Quantum foram extensamente reestilizados para a última década do século XX. A perua começou a ser comercializada em 1992 e, a partir de então, recebeu apenas pequenas intervenções. Após sobreviver por mais um decênio, ela foi descontinuada em 2002.
Antes que alguém diga que a produção da SpaceFox ficava a cargo da fábrica de General Pacheco, na Argentina, cabe esclarecer que, paralelamente, a unidade industrial da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR), também chegou a fabricar a station wagon, a partir de 2011.
A trajetória comercial da perua compacta no Brasil, porém, foi bem maior. O lançamento aconteceu em 2006 e, em 2010, o modelo passava pela primeira reestilização. Ainda houve uma última atualização visual, em 2010, antes da despedida do mercado, em 2019.
Ao contrário de outras peruas do listão (inclusive da antecessora Caravan), a Suprema nunca teve vendas expressivas. Pelo contrário: a baixa aceitação fez com que ela tivesse carreira curta. Lançada em 1993, saiu de linha já em 1996, dois anos antes do sedã da gama, o Omega.
Mas a station wagon entou para a história por ter sido a mais sofisticada e luxuosa indústria automobilística nacional. Apesar de ter sido fabricada por pouco tempo, a Suprema teve boa variedade de motores. Nos primeiros anos, havia um 2.0 de quatro cilindros e um 3.0 de seis cilindros, substituídos em 1994 por um 2.2 e um 4.1.
Hoje, a produção reduzida dá às raras unidades da Suprema que ainda sobrevivem em bom estado o status de neo-colecionáveis.
Verdadeiro fenômeno de mercado, o Corolla lidera a categoria de sedãs médios há quase 20 anos. Por isso, não chega a surpreender que a última perua com vendas expressivas fora do segmento de compactas tenha sido derivada dele.
Trata-se da Fielder, que foi fabricada no país entre 2004 e 2008, sempre com motor 1.8. Durante a curta carreira em solo brasileiro, a Fielder fez bonito: vendeu muitíssimo mais que a Fiat Marea Weekend e a Peugeot 307 SW, suas únicas concorrentes diretas.
Porém, já prevendo uma queda na demanda por peruas, na geração seguinte a Toyota preferiu nacionalizar apenas o sedã. Vale lembrar que a station wagon sobreviveu no exterior e ainda é comercializada em países da Ásia e da Europa.
Enquanto, na Europa, o Peugeot 207 é um produto inteiramente novo em relação ao 206, por aqui primeiro é simplesmente uma atualização do segundo: uma reestilização alterou o design frontal e o interior. Por isso, as peruas da gama estão agrupadas no mesmo tópico do listão.
Em 2005, a Peugeot lançou a 206 SW no país. O estilo era arrojado, com lanternas elevadas e maçanetas das portas traseiras embutidas nas colunas. No ano seguinte, chegava a versão Escapade, com adereços ao estilo off-road. Em 2008, houve a famigerada mudança de nome da gama nacional, que incluía também um hatch, de duas ou quatro portas.
Naquele ano, a perua passou a se chamar 207 SW e ganhou a companhia de um sedan. Em 2010, a picape Hoggar completou a família de compactos da Peugeot. A station wagon saiu de linha em 2014, junto com os demais modelos da “família”: do início ao fim, ela teve motores 1.4 e 1.6.
Eis aqui outro modelo nunca se destacou pelo número de emplacamentos. Porém, garantiu lugar na história por ter sido a última perua média fabricada em solo brasileiro. Durante o lançamento, em 2006, a Renault afirmou que ainda havia espaço para modelos desse tipo no mercado.
Infelizmente, estava enganada: nem a marca francesa nem qualquer outra multinacional jamais voltaria a anunciar a produção de uma station wagon no país. Assim como o irmão Mégane, a Grand Tour podia ser adquirida com motores 1.6 ou 2.0. A partir de 2011, apenas a versão de entrada Dynamique, com o propulsor de menor cilindrada, passou a ser disponibilizada.
Os preços eram competitivos com os das peruas compactas, mas o crescimento nas vendas não foi o esperado. Assim, em 2012, a Renault interrompeu definitivamente a produção de sua única station wagon nacional.
A Fiat entrou no segmento das peruas no Brasil com a Panorama. Derivada do hatch 147, herdava dele a arquitetura com motor transversal, que nela era sempre 1.3. O ótimo aproveitamento do espaço interno, tanto no habitáculo quanto no porta-malas, sempre foi o principal destaque da station wagon.
Na linha 1983, a Panorama recebeu um discreto retoque no design da dianteira. A perua, porém, nunca alcançou números de vendas expressivos e acabou saindo de linha já em 1986. Naquele período a gama 147 já estava abrindo espaço para uma nova “família” de produtos, baseados no Uno.
Sucessora da Panorama, a Elba herdou da antepassada o bom aproveitamento de espaço. Contudo, o melhor é que a perua derivada do Uno incorporou novas qualidades, entre as quais um design mais aerodinâmico e harmonioso. Inicialmente, a carroceria vinha unicamente com duas portas, mas em 1990 a Fiat passou a disponibilizá-la com quatro portas.
Na linha 1991, a Elba passa por uma reestilização, de deixou a grade dianteira e os faróis mais estreitos. A station wagon seguiu no mercado sem grandes alterações até 1997, quando saiu de linha. Nesse período, teve motores 1.3, 1.5 e 1.6. Uma curiosidade é que a perua e outros .
A única . Todavia, o modelo tinha virtudes, entre as quais o design com muita personalidade, o bom acabamento e o espaço interno. A gama chegou ao mercado, em 1998, mas a station wagon foi nacionalizada alguns meses após o sedan.
A trajetória da Weekend no Brasil terminou já em 2006, com a extinção da linha Marea. Apesar disso, a perua teve as mesmas opções de motorização do sedan, que incluíram unidades de quatro cilindros, 1.6 e 1.8, e de cinco pistões, 2.0 e 2.4: a versão Turbo, com 182 cv, entrou para a história como a station wagon mais potente já feita no país.
A Fiat já estava inserida na categoria de peruas compactas desde 1980, inicialmente com a Panorama e, mais tarde, com a Elba. Porém, foi só com a Palio Weekend que a marca italiana conseguiu assumir, pela primeira vez, a liderança do segmento, desbancando a Parati.
O êxito se deve à variedade de motorizações (1.0, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6 e 1.8) e de versões, com destaque para a Adventure, precursora dos automóveis com adereços off-road. O sucesso foi tanto que a Weekend permaneceu em produção por 23 anos: durante esse período, cerca de 530 mil unidades da station wagon saíram da fábrica de Betim (MG).
Nesse período, passou por quatro reestilizações, mas nunca teve uma nova geração propriamente dita, projetada a partir do zero. No fim da carreira, já bastante defasada e sem o nome Palio, não enfrentava mais concorrentes diretas: era a única station wagon ainda vendida no país. A fabricação foi encerrada no dia 27 de janeiro de 2020.
SUVs ocuparam o lugar das peruas: Boris Feldman explica, em vídeo, porque uma station wagon é melhor que um utilitário!
Fotos: Divulgação
O post apareceu primeiro em .
VEJA TAMBÉM:
Para alguns consumidores fiéis, esses veículos fazem muita falta. Afinal, unem a dirigibilidade de um hatch ou um sedã a um porta-malas grande e versátil. Além do mais, diferentes gerações cresceram nos bancos traseiros não só do modelo ítalo-mineiro, mas de similares como Volkswagen Parati, Ford Belina ou Chevrolet Caravan.
Station wagon: os 20 modelos do gênero já feitos no Brasil
Se você está entre os entusiastas das peruas, provavelmente vai gostar deste listão: enumeramos todos os 20 veículos desse segmento já fabricados em série no país: sim, na relação entraram unicamente produtos nacionais. Se você também é fã das peruas, preste sua homenagem nos comentários. E, fora de linha ou não, save the wagons!
1. DKW Universal/Vemaguet: a primeira station wagon
A Vemaguet entrou para a lista por um motivo lógico: foi o primeiro automóvel fabricado no Brasil. Sim, o produto pioneiro da indústria nacional é uma station wagon! Lançada em 1956, nadou de braçada no segmento durante mais de uma década, superando em vendas, por larga margem, a Simca Jangada, que apesar de ser maior e mais cara, era a concorrente mais próxima.
Inicialmente, ela foi chamada de DKW Universal. O nome definitivo, Vemaguet, alusivo à Vemag, veio em 1961. Em 1966, a Volkswagen adquiriu as operações da marca concorrente no país, e um ano depois, encerrou a produção de todos os produtos, inclusive da icônica peruinha. Do início ao fim, a pioneira manteve-se fiel ao motor 1.0 de três cilindros e dois tempos.
2. Simca Jangada
A segunda station wagon nacional foi também a mais luxuosa da década de 1960. É a Simca Jangada, que tinha como principais atributos o motor 2.4 V8 e o belo design. A perua chegou ao mercado em 1962, baseada na similar francesa, que recebia o nome de Marly.
Em 1967, a Chrysler adquiriu as operações brasileiras da Simca. A multinacional reformulou o sedan da gama, mas optou por retirar a perua de linha, devido aos números de vendas. Apenas 2.705 unidades da Jangada foram produzidas no país: desse modo, pouquíssimas unidades sobreviveram aos dias atuais.
3. Ford Belina
Belina (Ford | Divulgação)
A Ford tem uma longa história no Brasil, mas, espantosamente, só fabricou duas peruas no país: a Belina e a Royale. A perua Maverick era feita de modo independente pela concessionária Souza Ramos, enquanto Escort SW, Mondeo SW e Taurus SW eram importadas.
Se, por um lado, a marca deu poucas tacadas no segmento, por outro ela acabou sendo extremante certeira justamente com seu primeiro produto do gênero. Lançada em 1970, a Belina foi rapidamente aceita pelo mercado e sempre vendeu bem.
Derivada do Corcel, herdava dele o motor 1.3 e a tração dianteira (algo ainda incomum para a época). Já com a cilindrada aumentada para 1.4, chegou à segunda geração em 1977. No ano seguinte, chegou o propulsor 1.6. A station wagon só saiu de linha em 1991, já com mecânica Volkswagen 1.8 e associada ao Del Rey, mas sem modificações estruturais.
4. Ford Royale
Um dos frutos da Auto Latina, joint-venture formada por Ford e Volkswagen entre 1987 e 1996, foi a Royale, cujo lançamento data de 1992. Na verdade, a perua, tal qual o sedan Versailles, no qual se baseava, eram clones do Santana e da Quantum, com pequenas diferenças no design e no acabamento.
No caso da Royale, havia uma diferença marcante em relação à Quantum: a carroceria de apenas duas portas, que os consumidores da época já começavam a rejeitar. A station wagon chegou a aderir às quatro portas na linha 1995, mas foi em vão. Comercialmente, a linha Versailles nunca obteve o sucesso dos similares da Volkswagen. No ano seguinte, a produção chegou ao fim.
5. Chevrolet Caravan
A Caravan foi a primeira station wagon nacional da Chevrolet e também a de maior aceitação mercadológica. Chegou ao mercado em 1976, nada menos que oito anos depois do Opala, do qual é derivada. Os dois modelos conquistaram uma legião de fãs e são, hoje, disputados por colecionadores de carros antigos.
Durante quase uma década, a perua foi a única de grande porte vendida no país. Ela atravessou a década de 80 sofrendo sucessivas modernizações, mas sempre permaneceu essencialmente a mesma, inclusive na mecânica, capitaneada pelos motores 2.5 de quatro cilindros e 4.1 de seis. Em 1992, uma Caravan ambulância foi o último veículo da linha Opala fabricado no Brasil.
6. Chevrolet Marajó
Depois da Caravan, a Chevrolet lançou, em 1980, a Marajó, perua da linha Chevette, para ocupar um patamar inferior no mercado. Ela, claro, compartilhava diversas características técnicas com o modelo de origem, inclusive a tração traseira. Inicialmente, a station wagon tinha motor 1.4, mas o fabricante logo o substituiu pelo 1.6.
A Marajó acompanhou as evoluções técnicas do Chevette, passando por uma ampla reestilização para 1983, e outra mais discreta, para 1987. Apesar das atualizações, não conseguiu repetir o êxito comercial do modelo de origem: a perua saiu de linha em 1989, após a produção de 78 mil unidades.
7. Chevrolet Ipanema
Para substituir a lacuna deixada pela Marajó, a Chevrolet lançou a Ipanema em 1989. Baseada no Kadett, a gama tinha características técnicas avançadas para os padrões do mercado brasileiro da época, como a capota sem calhas, vidros colados à carroceria e a suspensão traseira com sistema pneumático de ajuste de altura.
Inicialmente, a station wagon dispunha apenas de duas portas e, sob o capô, trazia motor 1.8. Porém, em 1993, chegaram a carroceria de quatro portas e o propulsor 2.0. Tal qual a antecessora, porém, a Ipanema não teve a aceitação esperada pelo fabricante: ainda recebeu uma discreta reestilização para a linha 1996, antes de deixar o mercado, no ano seguinte.
8. Corsa Wagon
A gama Corsa incluiu variadas configurações de carrocerias, entre as quais hatch de duas ou quatro portas, sedan e picape. Havia, claro, também uma perua, cujo lançamento ocorreu em 1997. Inicialmente ofertada com motores 1.6, ela chegou até a ter uma versão 1.0, em 1999.
Para o ano 2000, o fabricante providenciou uma discreta reestilização em toda a linha. Em 2002, a segunda geração chegava ao Brasil, mas não teria uma configuração perua: naquele ano, a Corsa Wagon entrou para a história como último veículo desse gênero que a Chevrolet produziu no país.
9. Volkswagen Variant
Foto Volkswagen | Divulgação
Herdeira, de certo modo, dos compradores da Vemaguet, a Variant foi lançada em 1968. Talvez isso a tenha ajudado a dominar o mercado de peruas no Brasil. Em razão da arquitetura da Volkswagen com motor 1600 a ar posicionado na traseira, tinha curiosos dois porta-malas: um na dianteira, embaixo do capô, e outro na parte posterior, em cima do próprio propulsor.
A primeira geração durou quase uma década, até ser aposentada pela sucessora Variant II em 1977. Porém, o modelo mais novo não conseguiu repetir o sucesso do original e acabou perdendo a liderança da categoria para a Ford Belina. Por isso, teve um fim precoce e saiu de linha já em 1980. A Volkswagen só voltou a ter uma station wagon em 1982, quando concluiu o desenvolvimento da Parati.
10. Volkswagen Parati
Projetada a partir do Gol, a Parati faz parte de uma das gamas de veículos de maior sucesso da indústria nacional. As vendas começaram em 1982 e não tardaram a superar a concorrência. Inicialmente, o motor era o 1.5 do Passat, logo substituído por uma unidade 1.6. Posteriormente, seria oferecido também um 1.8.
A evolução da Parati seguiu com mudanças superficiais até 1996, quando foi apresentada a segunda geração. Maior e mais arredondada, novamente seguindo os passos do irmão Gol, a perua ganhou opção de motor 2.0. No ano seguinte, finalmente veio a carroceria de quatro portas e, em 1998, a fogosa versão GTI 16V.
O modelo ainda passou por duas reestilizações que, apesar de não se configurarem como novos projetos, foram chamadas de G3 e G4 pela Volkswagen. A fabricação foi encerrada em 2012.
11. Volkswagen Santana Quantum
Espécie de irmã maior da Parati, a Quantum estreou no Brasil em 1985, cerca de um ano depois do Santana, do qual derivava. Até hoje, foi a única perua nacional da Volkswagen fora do segmento de compactas.
No princípio, era equipada com motor 1.8, mas passou a ter opção de um 2.0 em 1988. Santana e Quantum foram extensamente reestilizados para a última década do século XX. A perua começou a ser comercializada em 1992 e, a partir de então, recebeu apenas pequenas intervenções. Após sobreviver por mais um decênio, ela foi descontinuada em 2002.
12. Volkswagen SpaceFox
Antes que alguém diga que a produção da SpaceFox ficava a cargo da fábrica de General Pacheco, na Argentina, cabe esclarecer que, paralelamente, a unidade industrial da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR), também chegou a fabricar a station wagon, a partir de 2011.
A trajetória comercial da perua compacta no Brasil, porém, foi bem maior. O lançamento aconteceu em 2006 e, em 2010, o modelo passava pela primeira reestilização. Ainda houve uma última atualização visual, em 2010, antes da despedida do mercado, em 2019.
13. Chevrolet Omega Suprema
Ao contrário de outras peruas do listão (inclusive da antecessora Caravan), a Suprema nunca teve vendas expressivas. Pelo contrário: a baixa aceitação fez com que ela tivesse carreira curta. Lançada em 1993, saiu de linha já em 1996, dois anos antes do sedã da gama, o Omega.
Mas a station wagon entou para a história por ter sido a mais sofisticada e luxuosa indústria automobilística nacional. Apesar de ter sido fabricada por pouco tempo, a Suprema teve boa variedade de motores. Nos primeiros anos, havia um 2.0 de quatro cilindros e um 3.0 de seis cilindros, substituídos em 1994 por um 2.2 e um 4.1.
Hoje, a produção reduzida dá às raras unidades da Suprema que ainda sobrevivem em bom estado o status de neo-colecionáveis.
14. Toyota Corolla Fielder
Verdadeiro fenômeno de mercado, o Corolla lidera a categoria de sedãs médios há quase 20 anos. Por isso, não chega a surpreender que a última perua com vendas expressivas fora do segmento de compactas tenha sido derivada dele.
Trata-se da Fielder, que foi fabricada no país entre 2004 e 2008, sempre com motor 1.8. Durante a curta carreira em solo brasileiro, a Fielder fez bonito: vendeu muitíssimo mais que a Fiat Marea Weekend e a Peugeot 307 SW, suas únicas concorrentes diretas.
Porém, já prevendo uma queda na demanda por peruas, na geração seguinte a Toyota preferiu nacionalizar apenas o sedã. Vale lembrar que a station wagon sobreviveu no exterior e ainda é comercializada em países da Ásia e da Europa.
15. Peugeot 206 SW/207 SW
Enquanto, na Europa, o Peugeot 207 é um produto inteiramente novo em relação ao 206, por aqui primeiro é simplesmente uma atualização do segundo: uma reestilização alterou o design frontal e o interior. Por isso, as peruas da gama estão agrupadas no mesmo tópico do listão.
Em 2005, a Peugeot lançou a 206 SW no país. O estilo era arrojado, com lanternas elevadas e maçanetas das portas traseiras embutidas nas colunas. No ano seguinte, chegava a versão Escapade, com adereços ao estilo off-road. Em 2008, houve a famigerada mudança de nome da gama nacional, que incluía também um hatch, de duas ou quatro portas.
Naquele ano, a perua passou a se chamar 207 SW e ganhou a companhia de um sedan. Em 2010, a picape Hoggar completou a família de compactos da Peugeot. A station wagon saiu de linha em 2014, junto com os demais modelos da “família”: do início ao fim, ela teve motores 1.4 e 1.6.
16. Renault Mégane Grand Tour
Eis aqui outro modelo nunca se destacou pelo número de emplacamentos. Porém, garantiu lugar na história por ter sido a última perua média fabricada em solo brasileiro. Durante o lançamento, em 2006, a Renault afirmou que ainda havia espaço para modelos desse tipo no mercado.
Infelizmente, estava enganada: nem a marca francesa nem qualquer outra multinacional jamais voltaria a anunciar a produção de uma station wagon no país. Assim como o irmão Mégane, a Grand Tour podia ser adquirida com motores 1.6 ou 2.0. A partir de 2011, apenas a versão de entrada Dynamique, com o propulsor de menor cilindrada, passou a ser disponibilizada.
Os preços eram competitivos com os das peruas compactas, mas o crescimento nas vendas não foi o esperado. Assim, em 2012, a Renault interrompeu definitivamente a produção de sua única station wagon nacional.
17. Fiat Panorama
A Fiat entrou no segmento das peruas no Brasil com a Panorama. Derivada do hatch 147, herdava dele a arquitetura com motor transversal, que nela era sempre 1.3. O ótimo aproveitamento do espaço interno, tanto no habitáculo quanto no porta-malas, sempre foi o principal destaque da station wagon.
Na linha 1983, a Panorama recebeu um discreto retoque no design da dianteira. A perua, porém, nunca alcançou números de vendas expressivos e acabou saindo de linha já em 1986. Naquele período a gama 147 já estava abrindo espaço para uma nova “família” de produtos, baseados no Uno.
18. Fiat Elba
Sucessora da Panorama, a Elba herdou da antepassada o bom aproveitamento de espaço. Contudo, o melhor é que a perua derivada do Uno incorporou novas qualidades, entre as quais um design mais aerodinâmico e harmonioso. Inicialmente, a carroceria vinha unicamente com duas portas, mas em 1990 a Fiat passou a disponibilizá-la com quatro portas.
Na linha 1991, a Elba passa por uma reestilização, de deixou a grade dianteira e os faróis mais estreitos. A station wagon seguiu no mercado sem grandes alterações até 1997, quando saiu de linha. Nesse período, teve motores 1.3, 1.5 e 1.6. Uma curiosidade é que a perua e outros .
19. Fiat Marea Weekend
A única . Todavia, o modelo tinha virtudes, entre as quais o design com muita personalidade, o bom acabamento e o espaço interno. A gama chegou ao mercado, em 1998, mas a station wagon foi nacionalizada alguns meses após o sedan.
A trajetória da Weekend no Brasil terminou já em 2006, com a extinção da linha Marea. Apesar disso, a perua teve as mesmas opções de motorização do sedan, que incluíram unidades de quatro cilindros, 1.6 e 1.8, e de cinco pistões, 2.0 e 2.4: a versão Turbo, com 182 cv, entrou para a história como a station wagon mais potente já feita no país.
20. Fiat Palio Weekend: a última station wagon
A Fiat já estava inserida na categoria de peruas compactas desde 1980, inicialmente com a Panorama e, mais tarde, com a Elba. Porém, foi só com a Palio Weekend que a marca italiana conseguiu assumir, pela primeira vez, a liderança do segmento, desbancando a Parati.
O êxito se deve à variedade de motorizações (1.0, 1.3, 1.4, 1.5, 1.6 e 1.8) e de versões, com destaque para a Adventure, precursora dos automóveis com adereços off-road. O sucesso foi tanto que a Weekend permaneceu em produção por 23 anos: durante esse período, cerca de 530 mil unidades da station wagon saíram da fábrica de Betim (MG).
Nesse período, passou por quatro reestilizações, mas nunca teve uma nova geração propriamente dita, projetada a partir do zero. No fim da carreira, já bastante defasada e sem o nome Palio, não enfrentava mais concorrentes diretas: era a única station wagon ainda vendida no país. A fabricação foi encerrada no dia 27 de janeiro de 2020.
SUVs ocuparam o lugar das peruas: Boris Feldman explica, em vídeo, porque uma station wagon é melhor que um utilitário!
Fotos: Divulgação
O post apareceu primeiro em .