A Caoa Chery tomou o posto de carro elétrico mais barato do Brasil em junho com o urbano
. O carro é menor e mais equipado que o Renault Kwid E-Tech e para manter os custos de produção baixos, adota painéis de carroceria feitos em polímeros de alta resistência. Um tipo de plástico.
E o plástico é um grande vilão de muitos leitores, que sempre criticam o uso excessivo do material no interior dos carros e até em componentes do motor. Nesse uso em painéis da carroceria, o plástico pode ser uma alternativa bem vinda tanto para reduzir os custos de produção quanto de reparo em pequenas batidas do uso diário.
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A primazia desse tipo de material não é do elétrico chinês. A solução já foi adotada desde esportivos até em carros familiares. Os motivos são diversos, acompanhe a lista a seguir para saber mais sobre esses carros de plástico.
CAOA Chery iCar tem apenas 3,20 m de comprimento, mas pode levar até quatro ocupantes (Foto: CAOA Chery | Divulgação)
Por dentro, o destaque do iCar é o multimídia vertical e a climatização digital (Foto: CAOA Chery | Divulgação)
O mercado automotivo chinês é novo e ávido por tecnologia. Os elétricos tiveram boa aceitação por lá e, por isso, os fabricantes oferecem desde subcompactos a carros de luxo. O iCar está na parte menor desse espectro, adotando um conceito similar ao do Toyota iQ de oferecer quatro lugares com a menor medida possível.
O adota alumínio de aviação e esses painéis em polímeros para manter o peso baixo. Com isso também acaba a preocupação com oxidação. O plástico tem a vantagem de voltar a forma original em pequenos impactos e ser mais difícil de arranhar.
O Méhari foi para o 2CV o que os buggies são para o Fusca (Foto: Citroën | Divulgação)
Teve até versão 4x4 (Foto: Citroën | Divulgação)
Após a segunda guerra os países europeus precisaram ser criativos em fazer carros de baixo custo e motorizar a população. O mais inovador deles certamente foi o Citroën 2CV. Com a situação do velho continente melhorando nos anos 60, começaram a ter mais espaço para se divertir com esses carros populares.
Os franceses usaram o 2CV como base para o Méhari, veículo aberto ideal para as praias como um buggy. A ideia veio de Roland de la Poype, um veterano da segunda guerra mundial e inventor. Ele possuía uma fábrica de plástico e se juntou com a Citroën para entrar nesse mercado crescente.
O Méhari competia com o Austin Mini Moke, que era feito em aço e usava a suspensão de curso curto do Mini comum. As rodas maiores e suspensão com curso longo da Citroën faziam do Méhari muito mais prático no fora de estrada que o rival. E a carroceria feita em plástico era imune a corrosão, uma preocupação para quem vai rodar na beira do mar.
O Fiero era para ter sido um esportivo nato, mas precisou ser tratado como carro econômico para agradar os executivos (Foto: Pontiac | Divulgação)
Monobloco spaceframe bastante rígido garantia a segurança (Foto: Pontiac | Divulgação)
Nos anos 80 a Pontiac queria fazer um esportivo compacto de motor central. A crise do petróleo e preocupação dos executivos da General Motors em não ofuscar o Corvette obrigou que os projetistas vendessem o projeto como um carro econômico de dois lugares.
Uma solução encontrada para manter o custo baixo no projeto foi de usar painéis de plástico injetado na carroceria. Eles eram mais leves e resistentes a impactos. Esses painéis eram montados em um monobloco do tipo spaceframe que pesava apenas 270 kg. O carro era bastante rígido e seguro contra impactos, sendo um dos primeiros a conseguir cinco estrelas nos crash tests da época.
O lado esportivo do Fiero acabou sendo prejudicado pelo uso da suspensão do Chevette e do pouco eficiente motor Iron Duke 2.5 de 93 cv. Mais tarde viria um V6 2.8 de 142 cv e uma suspensão completamente redesenhada, mas aí o Toyota MR2 já havia dominado esse mercado de esportivos baratos com motor central.
O Saturn original seguia o conceito do Fiero de usar plástico na carroceria (Fotos: Saturn | Divulgação)
Mas adaptar o Vectra para usar plástico causou apenas prejuízos (Fotos: Saturn | Divulgação)
Os aprendizados da General Motors com o plástico no Fiero não foram desperdiçados. A segunda geração do esportivo foi cancelada, mas essa tecnologia foi adotada pela divisão Saturn, que foi criada para combater a invasão de carros econômicos japoneses nos EUA.
A Saturn possuía grande independência da GM e usava motores, câmbios e plataforma próprios. O conceito de monobloco do tipo spaceframe com painéis de carroceria sem função estrutural feitos em plástico injetado retornou no primeiro carro da marca, o Série S.
Com o sucesso da marca veio o crescimento da linha de modelos. O segundo foi o médio Série L, lançado em 2000. A ideia era vender o Opel Vectra de segunda geração pela Saturn, mas foram gastos alguns milhões de dólares para converter o monobloco tradicional do Vectra para poder usar os painéis de plástico.
O Vectra de plástico não foi bem sucedido como esperavam e ficou famoso por problemas mecânicos. Depois desse fiasco a liberdade da Saturn foi diminuindo, apenas o Ion, sucessor do Série S, usou plástico e os carros seguintes usavam monoblocos tradicionais.
As portas que se "escondiam" são a marca registrada do Z1 (Foto: BMW | Divulgação)
A BMW queria dar a opção do consumidor trocar a cor do carro quando quisesse (Foto: BMW | Divulgação)
A BMW criou a divisão BMW Technik em 1985 para desenvolver novos conceitos e tecnologias. O primeiro carro criado por essa divisão foi o roadster Z1, que acabou virando um carro de produção.
Esse esportivo era derivado do Série 3 E30 e chamava atenção pelas portas: elas deslizavam para dentro da carroceria verticalmente, ficando alocadas nas soleiras. Outra inovação era o uso de diferentes tipos de plásticos nos painéis da carroceria.
A ideia era que os compradores pudessem mudar a cor de seu carro quando ficar cansado da original. Ela vendia os painéis e alegava que todos eles podiam ser trocados em 40 minutos.
O para-lama é uma das peças que mais sofrem impactos no uso diário (Foto: Renault | Divulgação)
Quando feito em plástico resiste melhor aos impactos e ainda reduz o peso do veículo (Foto: Citroën | Divulgação)
Os para-lamas estão entre as peças que mais sofrem com os pequenos impactos. Os motoristas franceses possuem um hábito de não se preocupar muito com essas batidinhas, mas chega uma hora que é preciso tomar ação.
A Renault inovou colocando para-lamas feitos de plástico na Scenic e Clio, para diminuir a necessidade de troca ou reparo dessa peça. Além disso, é mais leve que um tradicional em aço. Mais tarde a Citroën seguiu essa tendência com o C4.
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E o plástico é um grande vilão de muitos leitores, que sempre criticam o uso excessivo do material no interior dos carros e até em componentes do motor. Nesse uso em painéis da carroceria, o plástico pode ser uma alternativa bem vinda tanto para reduzir os custos de produção quanto de reparo em pequenas batidas do uso diário.
VEJA TAMBÉM:
A primazia desse tipo de material não é do elétrico chinês. A solução já foi adotada desde esportivos até em carros familiares. Os motivos são diversos, acompanhe a lista a seguir para saber mais sobre esses carros de plástico.
1. Caoa Chery iCar
CAOA Chery iCar tem apenas 3,20 m de comprimento, mas pode levar até quatro ocupantes (Foto: CAOA Chery | Divulgação)
Por dentro, o destaque do iCar é o multimídia vertical e a climatização digital (Foto: CAOA Chery | Divulgação)
O mercado automotivo chinês é novo e ávido por tecnologia. Os elétricos tiveram boa aceitação por lá e, por isso, os fabricantes oferecem desde subcompactos a carros de luxo. O iCar está na parte menor desse espectro, adotando um conceito similar ao do Toyota iQ de oferecer quatro lugares com a menor medida possível.
O adota alumínio de aviação e esses painéis em polímeros para manter o peso baixo. Com isso também acaba a preocupação com oxidação. O plástico tem a vantagem de voltar a forma original em pequenos impactos e ser mais difícil de arranhar.
2. Citroën Méhari
O Méhari foi para o 2CV o que os buggies são para o Fusca (Foto: Citroën | Divulgação)
Teve até versão 4x4 (Foto: Citroën | Divulgação)
Após a segunda guerra os países europeus precisaram ser criativos em fazer carros de baixo custo e motorizar a população. O mais inovador deles certamente foi o Citroën 2CV. Com a situação do velho continente melhorando nos anos 60, começaram a ter mais espaço para se divertir com esses carros populares.
Os franceses usaram o 2CV como base para o Méhari, veículo aberto ideal para as praias como um buggy. A ideia veio de Roland de la Poype, um veterano da segunda guerra mundial e inventor. Ele possuía uma fábrica de plástico e se juntou com a Citroën para entrar nesse mercado crescente.
O Méhari competia com o Austin Mini Moke, que era feito em aço e usava a suspensão de curso curto do Mini comum. As rodas maiores e suspensão com curso longo da Citroën faziam do Méhari muito mais prático no fora de estrada que o rival. E a carroceria feita em plástico era imune a corrosão, uma preocupação para quem vai rodar na beira do mar.
3. Pontiac Fiero
O Fiero era para ter sido um esportivo nato, mas precisou ser tratado como carro econômico para agradar os executivos (Foto: Pontiac | Divulgação)
Monobloco spaceframe bastante rígido garantia a segurança (Foto: Pontiac | Divulgação)
Nos anos 80 a Pontiac queria fazer um esportivo compacto de motor central. A crise do petróleo e preocupação dos executivos da General Motors em não ofuscar o Corvette obrigou que os projetistas vendessem o projeto como um carro econômico de dois lugares.
Uma solução encontrada para manter o custo baixo no projeto foi de usar painéis de plástico injetado na carroceria. Eles eram mais leves e resistentes a impactos. Esses painéis eram montados em um monobloco do tipo spaceframe que pesava apenas 270 kg. O carro era bastante rígido e seguro contra impactos, sendo um dos primeiros a conseguir cinco estrelas nos crash tests da época.
O lado esportivo do Fiero acabou sendo prejudicado pelo uso da suspensão do Chevette e do pouco eficiente motor Iron Duke 2.5 de 93 cv. Mais tarde viria um V6 2.8 de 142 cv e uma suspensão completamente redesenhada, mas aí o Toyota MR2 já havia dominado esse mercado de esportivos baratos com motor central.
4. Saturn
O Saturn original seguia o conceito do Fiero de usar plástico na carroceria (Fotos: Saturn | Divulgação)
Mas adaptar o Vectra para usar plástico causou apenas prejuízos (Fotos: Saturn | Divulgação)
Os aprendizados da General Motors com o plástico no Fiero não foram desperdiçados. A segunda geração do esportivo foi cancelada, mas essa tecnologia foi adotada pela divisão Saturn, que foi criada para combater a invasão de carros econômicos japoneses nos EUA.
A Saturn possuía grande independência da GM e usava motores, câmbios e plataforma próprios. O conceito de monobloco do tipo spaceframe com painéis de carroceria sem função estrutural feitos em plástico injetado retornou no primeiro carro da marca, o Série S.
Com o sucesso da marca veio o crescimento da linha de modelos. O segundo foi o médio Série L, lançado em 2000. A ideia era vender o Opel Vectra de segunda geração pela Saturn, mas foram gastos alguns milhões de dólares para converter o monobloco tradicional do Vectra para poder usar os painéis de plástico.
O Vectra de plástico não foi bem sucedido como esperavam e ficou famoso por problemas mecânicos. Depois desse fiasco a liberdade da Saturn foi diminuindo, apenas o Ion, sucessor do Série S, usou plástico e os carros seguintes usavam monoblocos tradicionais.
5. BMW Z1
As portas que se "escondiam" são a marca registrada do Z1 (Foto: BMW | Divulgação)
A BMW queria dar a opção do consumidor trocar a cor do carro quando quisesse (Foto: BMW | Divulgação)
A BMW criou a divisão BMW Technik em 1985 para desenvolver novos conceitos e tecnologias. O primeiro carro criado por essa divisão foi o roadster Z1, que acabou virando um carro de produção.
Esse esportivo era derivado do Série 3 E30 e chamava atenção pelas portas: elas deslizavam para dentro da carroceria verticalmente, ficando alocadas nas soleiras. Outra inovação era o uso de diferentes tipos de plásticos nos painéis da carroceria.
A ideia era que os compradores pudessem mudar a cor de seu carro quando ficar cansado da original. Ela vendia os painéis e alegava que todos eles podiam ser trocados em 40 minutos.
Bônus: Para-lamas em plástico da Renault e Citroën
O para-lama é uma das peças que mais sofrem impactos no uso diário (Foto: Renault | Divulgação)
Quando feito em plástico resiste melhor aos impactos e ainda reduz o peso do veículo (Foto: Citroën | Divulgação)
Os para-lamas estão entre as peças que mais sofrem com os pequenos impactos. Os motoristas franceses possuem um hábito de não se preocupar muito com essas batidinhas, mas chega uma hora que é preciso tomar ação.
A Renault inovou colocando para-lamas feitos de plástico na Scenic e Clio, para diminuir a necessidade de troca ou reparo dessa peça. Além disso, é mais leve que um tradicional em aço. Mais tarde a Citroën seguiu essa tendência com o C4.
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