Notícia Carro usado: 10 fatos sobre o Ford EcoSport 2015

Com o EcoSport a Ford foi visionária e uma espécie de guru do mercado automotivo. Lá no início dos anos 2000 inventou o SUV sem qualquer pretensão fora de estrada.

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O mercado demorou, mas seguiu a mesma estratégia fortemente. Tanto no mundo como no Brasil, onde quase metade do que se vende por aqui é SUV urbano.

Pena que a Ford Inventou e hoje não tem mais o EcoSport para contar história, depois de encerrar suas atividades industriais no país. Mas o modelo sobrevive no mercado de usados como opção de crossover com bom custo benefício.

FORD ECOSPORT 2015 VERMELHO FRENTE

Na linha 2015, o Ford EcoSport foi oferecido com motores 1.6 e 2.0

Destacamos a segunda geração do Ford EcoSport, em especial a do ano 2015. Com visual arrojado e boa lista de equipamentos, é dica para quem curte um jipinho urbano.

Veja agora 10 fatos sobre o Ford EcoSport 2015.

Trajetória​


Lançado em fevereiro de 2003, o Ford EcoSport chegou como o SUV mais barato do mercado e com proposta genuinamente urbana. Custava metade do que o então utilitário esportivo mais acessível à época, o Mitsubishi Pajero TR4, que tinha tração 4×4 e era um jipe raiz.

O Ford EcoSport só foi ter versão com tração integral sob demanda em 2005, e mais por teimosia da matriz. A filial brasileira queria mesmo lançar logo a opção automática, que chegou em 2006.

A segunda geração do Ford EcoSport estreou em julho de 2012, fase que será o nosso foco nesse conteúdo. O SUV manteve a proposta citadina e o motor 2.0, mas trocou o antigo 1.6 8V pelo novo 1.6 16V da família Sigma.

Foi equipado ainda a problemática caixa automatizada de dupla embreagem Powershift, que teve milhares de relatos de problemas. No fim de vida, o Ford EcoSport ainda adotou o motor 1.5 Dragon e um câmbio automático tradicional no lugar da linha 1.6.

FORD ECOSPORT 2015 INTERIOR PAINEL QUADRO DE INSTRUMENTOS

Interior do EcoSport tinha estilo arrojado, inspirado no New Fiesta

Em 2021 a Ford fechou suas fábricas no Brasil e o EcoSport deixou de ser produzido. Mas nada macula os ensinamentos do carro e o sucesso comercial, com mais de 720 mil unidades emplacadas em 18 anos.

Base de carro de passeio​


Uma das mudanças de paradigmas que a Ford trouxe com o EcoSport foi desenvolver um utilitário pequeno sobre monobloco. Até então, o normal eram os SUVs terem base sobre longarinas para suportarem a proposta off-road.

O Eco foi baseado em duas gerações do Fiesta, a terceira e quarta brasileiras. Fazer SUV em arquitetura monobloco de automóvel leve de passeio virou lição que todos os concorrentes anotaram e levaram adiante depois.

Nadou de braçadas​


Mas demorou para a concorrência entender que o Ford EcoSport não era uma onda temporária. O SUV da marca estadunidense não conheceu rivais por muito tempo – e bota tempo nisso.

Nos anos 2000 a primeira geração nadou de braçadas. Só em 2011 surgiu um rival de fato para o Ford EcoSport, o Renault Duster. Mesmo assim, o carro feito em Camaçari (BA) se manteve na liderança.

O jogo só começou a virar a partir de 2015. Uma primeira leva de crossovers compactos, como Honda HR-V, Jeep Renegade e Peugeot 2008, desbancou o EcoSport da liderança. Depois, ainda vieram Nissan Kicks, Hyundai Creta e Volkswagen T-Cross.

Projeto brasileiro​


Fazer o EcoSport sobre uma base de Fiesta e sem tração 4×4 custou alguns cabelos brancos para a turma da filial brasileira da Ford. O projeto desenvolvido aqui teve muita resistência da matriz, que demorou a aprovar o carro.

ford ecosport 2004 vermelho frente em estrada com lama

Desenvolvido sobre a base do Fiesta, o EcoSport foi pioneiro no segmento de SUV compactos

Dizem, inclusive, que teria sido a última aposta local da montadora, que já teria pretensões de encerrar a produção no Brasil. Fato é que, com o EcoSport, a Ford Brasil voltou a operar no azul naqueles prósperos anos 2000.

Desempenho do EcoSport​


Em 2015, o Ford EcoSport usava dois motores. Começamos pelo 1.6 16V Sigma de 115 cv com etanol e 110 cv, com gasolina. Com relações mais longas, é preciso esticar as primeiras marchas do câmbio manual e as arrancadas são apenas satisfatórias: 0 a 100 km/h acima de 12 segundos

Mas em médias velocidades o SUV embala bem. Nas retomadas, trabalha melhor na faixa acima das 4.000 rpm, com torque suficiente de 15,9/15,7 kgfm. O consumo urbano com etanol fica em 7 km/l e, com gasolina, anota média acima dos 10km/l.

Com o motor 2.0 16V Duratec de 147 cv e 141 cv, o Ford EcoSport 2015 evidentemente tem mais disposição e respostas ágeis. Mas não se empolgue muito, não. O 0 a 100 km/h fica em 11,5 segundos. E o SUV tem sede com esse conjunto: médias urbanas de 6,5 km/l com etanol e de 9,5km/l, com gasolina.

Conforto e espaço​


Se lembra que a gente falou que o Eco é derivado do Fiesta? Então, o espaço é muito parecido com o do hatch, mesmo na segunda geração. A posição é alta de dirigir mas o vão para pernas, joelhos e ombros é justo para os passageiros. O porta-malas leva 362 litros, mais do que em um hatch como o Fiat Argo.

Mesmo com quase 1,70 m de altura e distância do solo de 20 cm, o Ford EcoSport tem bom acerto de suspensão, que absorve os buracos e segura o SUV nas curvas. Compensa o acabamento interno, bastante simples e com muito plástico, e o isolamento acústico deficiente.

Construção de Mustang e tração de Mazda​


O Ford EcoSport de segunda geração tinha umas particularidades interessantes. Para começar, foi o primeiro SUV compacto a oferecer controles eletrônicos de estabilidade e de tração. Além disso tem grade ativa, com aletas que se abrem e fecham automaticamente para refrigerar o motor e melhorar a aerodinâmica.

FORD ECOSPORT VERMELHO TRASEIRA E LATERAL

Estepe pendurado na traseira era uma herança da primeira geração, apesar de ser um tormento na hora das balizas

Na linha de montagem na Bahia, o processo de produção do Eco usava sistema de medição a laser de alta precisão para fazer o alinhamento da parte dianteira do SUV. Segundo a montadora estadunidense, a técnica era igual à usada na fabricação do Mustang da época.

Por fim, apesar de vender quase nada, a Ford continuou oferecendo a tração 4WD no EcoSport em 2015. O sistema, que funciona por acoplamento viscoso sob demanda, era da Mazda. Resquício da participação da norte-americana na montadora japonesa, algo que durou até a metade dos anos 2010.

Dica aventureira​


A nossa sugestão é o Ford EcoSport 2015 na versão Freestyle 1.6. Tem preços entre R$ 48 mil e R$ 57 mil nas principais plataformas de compra e venda de usados ( , Mobiauto, Webmotors e KBB) – preços apurados na primeira quinzena de novembro de 2024.

A lista de equipamentos do Ford EcoSport Freestyle 2015 inclui controles de estabilidade, de tração, assistente à partida em rampas, airbag duplo frontal, freios com ABS e EBD, sensor de ré, Isofix e e luzes de condução diurna no que diz respeito à segurança.

ecosport freestyle

EcoSport Freestyle 2015 combina mecânica eficiente, preço atraente e bom pacote de conteúdos

Complementam a relação de itens de série, ar-condicionado, trio, coluna de direção com regulagens de altura e de distância, chave com telecomando das portas e encosto traseiro rebatível bipartido. O som é simples, com conexão Bluetooth e tomada USB.

Por fora, a variante Freestyle do Ford EcoSport 2015 é aquela com pegada aventureira. Tem molduras plásticas escuras nos para-lamas, adesivos alusivos à versão, acabamento dianteiro inferior que simula peito de aço, rack no teto, faróis de neblina e rodas de liga leve aro 15”.

Manutenção​


Vamos nos concentrar no Ford EcoSport 2015 1.6. Apesar de ter durado pouco no mercado, o motor Sigma tem disponibilidade de peças e o custo de manutenção é regular.

  • Jogo com quatro pastilhas de freio dianteiro: de R$ 90 a R$ 150
  • Kit com quatro velas de ignição: de R$ 80 a R$ 140
  • Kit troca de óleo (4 litros 5W30 + filtro): de R$ 180 a R$ 280
  • Bomba de combustível: de R$ 200 a R$ 310
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 480 a R$ 650
  • Farol dianteiro: de R$ 400 a R$ 570
  • Para-choque traseiro: de R$ 700 a R$ 1.000

Principais problemas do Ford EcoSport 2015​


Os freios são a principal fonte de queixas dos donos do SUV em fóruns e grupos nas redes sociais. Discos costumam ter vida útil curta, com surgimento precoce de trincas. E há muitos relatos de trocas de pastilhas com menos de 15 mil km.

O Ford EcoSport também costuma apresentar defeitos na bomba de combustível e no sistema de injeção. Fique ligado em possíveis estalos e folgas na coluna de direção, e evite as configurações com a transmissão automatizada PowerShift.

Recalls desta segunda geração do Ford EcoSport​

  • troca do trinco da fechadura das portas e do porta-malas nos modelos 2013 e 2014
  • verificação e eventual substituição dos pneus em unidades feitas em 2014
  • troca dos fechos dos cintos de segurança em SUVs produzidos entre 2016 e 2017
  • atualização do software do módulo de controle do motor 1.5 em carros fabricados em 2018 e 2019
  • verificação e eventual troca da estrutura do encosto dos bancos dianteiros de Ford EcoSport feitos de 2019 a 2020

 
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