Esportivos têm que ser baixos e ter a melhor aerodinâmica possível, não é? Bem, os SUVs superesportivos estão aí quebrando a regra, incluindo modelos da (heresia!) Lamborghini. Então, por que não uma picape esportiva? Esta RAM 1500 é a mais rápida do Brasil, acelerando até 100 km/h em 6s4 – isso pesando 2.610 quilos! Tudo graças à mecânica inusitada para picapes: motor Hemi 5.7 V8 a gasolina, que faz a marca vendê-la como “Muscle Truck” – em alusão a muscle cars como o
, que usava o mesmo motor (tanto small block 5.7 quanto big block 6.2). Para demonstrar seu poder, a
1500 tem respiros e um ressalto no capô – bem diante do motorista, para uma sensação imediata de poder.
O ressalto do capô para acomodar melhor o motor Hemi 5.7
A unidade avaliada ainda veio com o pacote “Rebel Level 2”, de R$ 20 mil: além de adicionar um poderoso som Harman Kardon (19 alto-falantes, 1.900 W), head-up display e retrovisor interno via câmera (para ver os minúsculos carros “comuns”), ele deixa o visual mais invocado e esportivo, trocando detalhes externos prata por preto, e soma a tampa traseira que abre tanto do modo “normal” quanto como na Toro – horizontalmente. Um pacote que tem tudo a ver com a proposta única desta picape. Mas será que tantos músculos a tornam digna do nome “esportivo”? Sim e não. Já volto a isso.
Embora seja menor que a RAM 2500 a diesel, a RAM 1500 não é uma picape média. Chamada de full-size nos Estados Unidos, ela faz as picapes médias tradicionais parecerem pequenas – e claro que isso também a ajuda a atrair tantos olhares. São quase 6 metros de comprimento, 2,1 de largura e 2 de altura (nossas médias têm cerca de 5,3 metros). O porte é suficiente para não caber na garagem de muitos prédios – como a do meu, onde não entrou só por causa da antena tipo barbatana no teto (e acabou de “castigo” na rua).
A cabine tem ótimo acabamento e é enorme também na largura: note o tamanho do apoio de braços entre os assentos.
O tamanho exagerado traz vantagens na cabine também, obviamente. O enorme espaço entre motorista e passageiro me fez lembrar do Hummer H3, e ali há um console com um porta-objetos gigantesco, dois andares e uma prateleira deslizante. Para ajudar a liberar esse espaço, o seletor de marcha é um botão giratório próximo ao volante. No total, apenas os porta-objetos da cabine somam 151 litros (tem até no assoalho, como no antigo Dodge Journey).
Atrás, a picape lembra uma limusine
No banco traseiro, o assoalho é plano e o espaço é muito amplo, garantindo conforto para três adultos – altos e com as pernas bem esticadas –, além de ser possível levantar o assento, como no Honda Fit, para colocar objetos altos, caso necessário. Mas não será, pois, além da caçamba de 1.200 litros com uma capota marítima que veda muito bem e é fácil de abrir/fechar, há dois “porta-malas” nas laterais dela, de 107 litros cada, que são trancados com a chave e têm tomadas 110V. Levaram quase toda a bagagem na viagem de fim de semana com a família. Mas não leve muito peso: a capacidade de carga, acredite, é de só 610 quilos, menos que uma e bem menos da uma tonelada que levam as médias tradicionais – mais uma característica que faz desta uma picape muito peculiar.
Galeria: espaço interno
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Espaço interno não falta, seja nos generosos bancos dianteiros...
ou atrás, onde a picape lembra uma limusine
As saídas de ar, porta-copos e tomadas USB (muitas) para quem viaja atrás
Um detalhe do porta-objetos no assoalho
No mais, é um verdadeiro carro de luxo, com ajuste elétrico de quase tudo – do teto panorâmico aos bancos, passando pela abertura do vidro da janelinha traseira e até mesmo a altura dos pedais (o volante tem ajuste normal). Gigante também é a tela central, com as configurações e informações da picape e sistema multimídia. Ela é dividida em dois setores, permitindo controlar ao mesmo tempo, por exemplo, o ar-condicionado ou o áudio, de modo independente. Caso prefira, há botões físicos para ajustar o ar e volume/faixas. Já o quadro de instrumentos não se rendeu à “digitalização gratuita”: velocímetro, conta-giros, marcador de combustível são analógicos – e, entre eles, há uma telona digital cheia de funções e bem fácil de navegar. Há ainda ACC, auxílio de manutenção em faixa, luz alta automática, etc.
Galeria: interior
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A tela central dividida em setores e os botões abaixo dela (ESP, controle de reboque e sensores de estacionamento com frenagem automática)
Um detalhes do porta-objetos central, com uma prateleira corrediça.
O seletor à direita do volante, que comanda a transmissão e os recursos off-road – tração, reduzida, bloqueio do diferencial e auxílio em descidas
Imagem da câmera exibida no retrovisor interno.
Os comandos do pisca alerta, do assistente de manutenção em faixa e do estacionamento semiautônomo
Um dos 19 alto-falantes da Harman Kardon
Algumas das funções que podem ser controladas pela gigante tela central.
O cluster com instrumentos principais analógicos e a tela central capaz de mostrar muitas informações, de recursos 4x4 a computador de bordo, informações de multimídia, etc.
As saídas de ar, porta-copos e tomadas USB (muitas) para quem viaja atrás
Os comandos que ficam à esquerda do volante
Os retrovisores externos têm espelho auxiliar convexo, para melhorar a visibilidade
A cabine tem ótimo acabamento e é enorme também na largura: note o tamanho do apoio de braços entre os assentos.
Com medidas tão generosas, na cidade grande a RAM 1500 é um verdadeiro “trambolho”. É preciso tomar muito cuidado ao volante, pois em muitas vias você fica invadindo a faixa vizinha – aí as câmeras 360o ajudam a evitar acidentes. Por outro lado, ela compensa com uma sensação de superioridade ao volante absurda, e ainda é macia e confortável – desde que você dose o pé direito para dirigir suavemente, sem respostas brutas. Obviamente, consumo não deve ser preocupação para quem compra uma picape 5.7 V8 de 400 cv. Dirigindo tranquilamente, e mesmo com o sistema que desativa metade dos oito cilindros quando possível, fiz médias de 4,5 km/l para baixo em meio ao trânsito (contra 5,2 oficiais) – com o tanque quase cheio, ela marcava só 270 quilômetros de autonomia.
As dimensões enormes da picape complicam seu uso na cidade grande
Partindo para a estrada, o porte deixa de ser um problema e vira uma vantagem – e a RAM 1500 parece acelerar como se fosse mais leve. A 120 km/h, o conta-giros fica um pouco abaixo de 2.000 rpm e o consumo ainda assusta: 6,6 km/l oficiais, mas fiz 5,2 nos 100 quilômetros que separam São Paulo de Campinas, em uma estrada com muitas faixas e movimento médio. Pena que o câmbio de oito marchas não permite trocas sequenciais – é possível apenas limitar a marcha mais alta, por meio de um botão no volante, o que pode ser útil para situações de off-road, mas não serve muito para uma tocada esportiva.
Falando em uso off-road, a picapona usa amortecedores Bilstein adaptativos, especiais para este uso, e oferece tração 4×4 (obviamente), reduzida, auxílio em descidas, bloqueio do diferencial traseiro e vem com o pacote de suspensão elevada (24,9 cm do solo) e pneus mistos. O acerto geral a torna extremamente confortável na terra, onde surpreendentemente “pula” muito pouco – e onde, mesmo sem acionar o 4×4, tem comportamento exemplar, com a eletrônica atuando de modo discreto no para manter você na estrada. Parece até que a picape é menor.
A suspensão elevada pode garantir conforto e muita capacidade fora de estrada, mas acaba sacrificando a dinâmica. Como os muscle cars de antigamente, esta muscle truck é bem melhor em linha reta que em curvas. As acelerações impressionam, com 0-100 um segundo mais rápido do que na já bruta VW Amarok V6, e as reações ao pé direito são imediatas, pois se trata de um motor naturalmente aspirado, sem turbo lag – só em algumas situações, quando é preciso reduzir marchas, o câmbio às vezes demora a reagir.
Ela carrega pouco peso, mas a caçamba é espaçosa e bem versátil
Voltando à dinâmica, embora seja superior à de outras picapes, não é o ponto forte. A RAM 1500 é bem pesada – o que não ajuda muito em curvas fechadas – e a tração no modo 4×2 é traseira. Na pista molhada, a coisa ficar complicada: pisando fundo, os pneus de uso misto destracionam nas três primeiras trocas de marcha; fazendo a mesma coisa em curva, mesmo que você já esteja rápido, a traseira quer escapar, a eletrônica logo “trava tudo” para ajudar.
Um tanto frustrante ter todo esse poder e não poder usá-lo sempre. A direção um pouco lenta também não ajuda, e para entrar na lista de pontos em que falta esportividade está o ronco do V8, que não é grave e encorpado como em um Mustang, por exemplo, e a máxima limitada a apenas 172 km/h – quando ela poderia andar bem mais, embora não seja exatamente recomendável.
No fim, a RAM 1500 é uma picape imponente e poderosa, além de muito capaz no off-road, mas não dá para fazer milagre: pode acelerar como um esportivo, mas não se comporta como um. De qualquer modo, garante luxo inigualável entre as picapes, e, por todas as características já citadas, é uma espécie rara no segmento, garantindo ao dono muita exclusividade e status.
Se você quer uma versão ainda mais esportiva, no visual e na dirigibilidade, a RAM 1500 TRX não é trazida oficialmente ao Brasil, mas pode ser importada dos EUA de modo independente. O V8 dela é maior, um big block de 6,2 litros com compressor usado no Dodge Challenger Hellcat, garantindo uma absurda potência de 712 cv e 881 Nm de torque. A aceleração até os 100 km/h é feita em menos de 4 segundos, usando o mesmo câmbio ZF de oito marchas e com aletas para trocas de marcha no volante. Nos EUA, ela custa US$ 70 mil, então, se for importar uma, prepare-se, depois de todos os impostos, pagar R$ 1 milhão.
Preço básico R$ 429.990
Carro avaliado R$ R$ 449.990
Motor: oito cilindros em V 5.7, 16V
Cilindrada: 5654 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 400 cv a 5.600 rpm
Torque: 556 Nm a 3.950 rpm
Câmbio: automático sequencial, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: duplo A, (d) e eixo rígido com multilink (cinco braços) e molas helicoidais (t), amortecedores Bilstein de tubo duplo
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: 4×2 traseira ou 4×4, com reduzida e bloqueios do diferencial traseiro
Dimensões: 5,929 m (c), 2,084 m (l), 2,012 m (a)
Vão livre do solo: 24,9 cm
Entre-eixos: 3,673 m
Pneus: 275/65 R18
Caçamba: 1.200 litros/610 kg
Tanque: 98 litros
Peso: 2.610 kg
Capacidade de reboque: 5.062 kg
0-100 km/h: 6s4
Velocidade máxima: 174 km/h (limitada eletronicamente)
Consumo cidade: 5,3 km/l
Consumo estrada: 6,6 km/l
Nota do Inmetro: E
Classificação na categoria: E (Picape)
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O ressalto do capô para acomodar melhor o motor Hemi 5.7
A unidade avaliada ainda veio com o pacote “Rebel Level 2”, de R$ 20 mil: além de adicionar um poderoso som Harman Kardon (19 alto-falantes, 1.900 W), head-up display e retrovisor interno via câmera (para ver os minúsculos carros “comuns”), ele deixa o visual mais invocado e esportivo, trocando detalhes externos prata por preto, e soma a tampa traseira que abre tanto do modo “normal” quanto como na Toro – horizontalmente. Um pacote que tem tudo a ver com a proposta única desta picape. Mas será que tantos músculos a tornam digna do nome “esportivo”? Sim e não. Já volto a isso.
Full-size
Embora seja menor que a RAM 2500 a diesel, a RAM 1500 não é uma picape média. Chamada de full-size nos Estados Unidos, ela faz as picapes médias tradicionais parecerem pequenas – e claro que isso também a ajuda a atrair tantos olhares. São quase 6 metros de comprimento, 2,1 de largura e 2 de altura (nossas médias têm cerca de 5,3 metros). O porte é suficiente para não caber na garagem de muitos prédios – como a do meu, onde não entrou só por causa da antena tipo barbatana no teto (e acabou de “castigo” na rua).
A cabine tem ótimo acabamento e é enorme também na largura: note o tamanho do apoio de braços entre os assentos.
O tamanho exagerado traz vantagens na cabine também, obviamente. O enorme espaço entre motorista e passageiro me fez lembrar do Hummer H3, e ali há um console com um porta-objetos gigantesco, dois andares e uma prateleira deslizante. Para ajudar a liberar esse espaço, o seletor de marcha é um botão giratório próximo ao volante. No total, apenas os porta-objetos da cabine somam 151 litros (tem até no assoalho, como no antigo Dodge Journey).
Atrás, a picape lembra uma limusine
No banco traseiro, o assoalho é plano e o espaço é muito amplo, garantindo conforto para três adultos – altos e com as pernas bem esticadas –, além de ser possível levantar o assento, como no Honda Fit, para colocar objetos altos, caso necessário. Mas não será, pois, além da caçamba de 1.200 litros com uma capota marítima que veda muito bem e é fácil de abrir/fechar, há dois “porta-malas” nas laterais dela, de 107 litros cada, que são trancados com a chave e têm tomadas 110V. Levaram quase toda a bagagem na viagem de fim de semana com a família. Mas não leve muito peso: a capacidade de carga, acredite, é de só 610 quilos, menos que uma e bem menos da uma tonelada que levam as médias tradicionais – mais uma característica que faz desta uma picape muito peculiar.
Galeria: espaço interno
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Espaço interno não falta, seja nos generosos bancos dianteiros...
ou atrás, onde a picape lembra uma limusine
As saídas de ar, porta-copos e tomadas USB (muitas) para quem viaja atrás
Um detalhe do porta-objetos no assoalho
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No mais, é um verdadeiro carro de luxo, com ajuste elétrico de quase tudo – do teto panorâmico aos bancos, passando pela abertura do vidro da janelinha traseira e até mesmo a altura dos pedais (o volante tem ajuste normal). Gigante também é a tela central, com as configurações e informações da picape e sistema multimídia. Ela é dividida em dois setores, permitindo controlar ao mesmo tempo, por exemplo, o ar-condicionado ou o áudio, de modo independente. Caso prefira, há botões físicos para ajustar o ar e volume/faixas. Já o quadro de instrumentos não se rendeu à “digitalização gratuita”: velocímetro, conta-giros, marcador de combustível são analógicos – e, entre eles, há uma telona digital cheia de funções e bem fácil de navegar. Há ainda ACC, auxílio de manutenção em faixa, luz alta automática, etc.
Galeria: interior
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A tela central dividida em setores e os botões abaixo dela (ESP, controle de reboque e sensores de estacionamento com frenagem automática)
Um detalhes do porta-objetos central, com uma prateleira corrediça.
O seletor à direita do volante, que comanda a transmissão e os recursos off-road – tração, reduzida, bloqueio do diferencial e auxílio em descidas
Imagem da câmera exibida no retrovisor interno.
Os comandos do pisca alerta, do assistente de manutenção em faixa e do estacionamento semiautônomo
Um dos 19 alto-falantes da Harman Kardon
Algumas das funções que podem ser controladas pela gigante tela central.
O cluster com instrumentos principais analógicos e a tela central capaz de mostrar muitas informações, de recursos 4x4 a computador de bordo, informações de multimídia, etc.
As saídas de ar, porta-copos e tomadas USB (muitas) para quem viaja atrás
Os comandos que ficam à esquerda do volante
Os retrovisores externos têm espelho auxiliar convexo, para melhorar a visibilidade
A cabine tem ótimo acabamento e é enorme também na largura: note o tamanho do apoio de braços entre os assentos.
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Cavalo que anda, cavalo que bebe
Com medidas tão generosas, na cidade grande a RAM 1500 é um verdadeiro “trambolho”. É preciso tomar muito cuidado ao volante, pois em muitas vias você fica invadindo a faixa vizinha – aí as câmeras 360o ajudam a evitar acidentes. Por outro lado, ela compensa com uma sensação de superioridade ao volante absurda, e ainda é macia e confortável – desde que você dose o pé direito para dirigir suavemente, sem respostas brutas. Obviamente, consumo não deve ser preocupação para quem compra uma picape 5.7 V8 de 400 cv. Dirigindo tranquilamente, e mesmo com o sistema que desativa metade dos oito cilindros quando possível, fiz médias de 4,5 km/l para baixo em meio ao trânsito (contra 5,2 oficiais) – com o tanque quase cheio, ela marcava só 270 quilômetros de autonomia.
As dimensões enormes da picape complicam seu uso na cidade grande
Partindo para a estrada, o porte deixa de ser um problema e vira uma vantagem – e a RAM 1500 parece acelerar como se fosse mais leve. A 120 km/h, o conta-giros fica um pouco abaixo de 2.000 rpm e o consumo ainda assusta: 6,6 km/l oficiais, mas fiz 5,2 nos 100 quilômetros que separam São Paulo de Campinas, em uma estrada com muitas faixas e movimento médio. Pena que o câmbio de oito marchas não permite trocas sequenciais – é possível apenas limitar a marcha mais alta, por meio de um botão no volante, o que pode ser útil para situações de off-road, mas não serve muito para uma tocada esportiva.
Falando em uso off-road, a picapona usa amortecedores Bilstein adaptativos, especiais para este uso, e oferece tração 4×4 (obviamente), reduzida, auxílio em descidas, bloqueio do diferencial traseiro e vem com o pacote de suspensão elevada (24,9 cm do solo) e pneus mistos. O acerto geral a torna extremamente confortável na terra, onde surpreendentemente “pula” muito pouco – e onde, mesmo sem acionar o 4×4, tem comportamento exemplar, com a eletrônica atuando de modo discreto no para manter você na estrada. Parece até que a picape é menor.
Esportiva de verdade?
A suspensão elevada pode garantir conforto e muita capacidade fora de estrada, mas acaba sacrificando a dinâmica. Como os muscle cars de antigamente, esta muscle truck é bem melhor em linha reta que em curvas. As acelerações impressionam, com 0-100 um segundo mais rápido do que na já bruta VW Amarok V6, e as reações ao pé direito são imediatas, pois se trata de um motor naturalmente aspirado, sem turbo lag – só em algumas situações, quando é preciso reduzir marchas, o câmbio às vezes demora a reagir.
Ela carrega pouco peso, mas a caçamba é espaçosa e bem versátil
Voltando à dinâmica, embora seja superior à de outras picapes, não é o ponto forte. A RAM 1500 é bem pesada – o que não ajuda muito em curvas fechadas – e a tração no modo 4×2 é traseira. Na pista molhada, a coisa ficar complicada: pisando fundo, os pneus de uso misto destracionam nas três primeiras trocas de marcha; fazendo a mesma coisa em curva, mesmo que você já esteja rápido, a traseira quer escapar, a eletrônica logo “trava tudo” para ajudar.
Um tanto frustrante ter todo esse poder e não poder usá-lo sempre. A direção um pouco lenta também não ajuda, e para entrar na lista de pontos em que falta esportividade está o ronco do V8, que não é grave e encorpado como em um Mustang, por exemplo, e a máxima limitada a apenas 172 km/h – quando ela poderia andar bem mais, embora não seja exatamente recomendável.
No fim, a RAM 1500 é uma picape imponente e poderosa, além de muito capaz no off-road, mas não dá para fazer milagre: pode acelerar como um esportivo, mas não se comporta como um. De qualquer modo, garante luxo inigualável entre as picapes, e, por todas as características já citadas, é uma espécie rara no segmento, garantindo ao dono muita exclusividade e status.
Achou pouco?
Se você quer uma versão ainda mais esportiva, no visual e na dirigibilidade, a RAM 1500 TRX não é trazida oficialmente ao Brasil, mas pode ser importada dos EUA de modo independente. O V8 dela é maior, um big block de 6,2 litros com compressor usado no Dodge Challenger Hellcat, garantindo uma absurda potência de 712 cv e 881 Nm de torque. A aceleração até os 100 km/h é feita em menos de 4 segundos, usando o mesmo câmbio ZF de oito marchas e com aletas para trocas de marcha no volante. Nos EUA, ela custa US$ 70 mil, então, se for importar uma, prepare-se, depois de todos os impostos, pagar R$ 1 milhão.
Ram 1500 Rebel
Preço básico R$ 429.990
Carro avaliado R$ R$ 449.990
Motor: oito cilindros em V 5.7, 16V
Cilindrada: 5654 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 400 cv a 5.600 rpm
Torque: 556 Nm a 3.950 rpm
Câmbio: automático sequencial, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: duplo A, (d) e eixo rígido com multilink (cinco braços) e molas helicoidais (t), amortecedores Bilstein de tubo duplo
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: 4×2 traseira ou 4×4, com reduzida e bloqueios do diferencial traseiro
Dimensões: 5,929 m (c), 2,084 m (l), 2,012 m (a)
Vão livre do solo: 24,9 cm
Entre-eixos: 3,673 m
Pneus: 275/65 R18
Caçamba: 1.200 litros/610 kg
Tanque: 98 litros
Peso: 2.610 kg
Capacidade de reboque: 5.062 kg
0-100 km/h: 6s4
Velocidade máxima: 174 km/h (limitada eletronicamente)
Consumo cidade: 5,3 km/l
Consumo estrada: 6,6 km/l
Nota do Inmetro: E
Classificação na categoria: E (Picape)
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